Olhar para o céu. Um ato simples que desperta a curiosidade de milhares de pessoas. Como tudo começou? Como tudo acabará? Perguntas frequentemente feitas, mas que quase nunca possuem respostas contundentes. Tais mistérios despertam o interesse em amantes da astronomia e curiosos, que buscam o Observatório Municipal de Astronomia “Dr. Thomaz Novelino” para conhecer e aprender mais sobre o assunto.

Enquanto o homem busca pousar em Marte, o planeta vermelho, os olhos dos curiosos já miram Júpiter e Saturno, com seus imponentes anéis, através das lentes de telescópios. Ambos os planetas são possíveis de enxergar no Observatório. Além destes, Mercúrio, Vênus e Marte completam a lista, dependendo da época, devido seus posicionamentos. Dividindo espaço com os planetas, satélites naturais (luas) e constelações são muito procurados, principalmente a Caixinha de Joias, Cruzeiro do Sul e Escorpião.

O observatório possui dois telescópios: um na cúpula e outro móvel. Os visitantes conseguem enxergar outras galáxias, como a “vizinha” Andrômeda, apenas no instrumento da cúpula. Ainda assim, pela distância, a imagem é de baixa qualidade, semelhante a uma “sujeira” na lente. Em todos os casos, para enxergar outros astros, depende do clima, período do ano, posição da Terra e demais fatores. Já os buracos negros, pela falta de luz, não são capturados.

Apesar dos dois telescópios, apenas o móvel está atendendo ao público. “A maioria das pessoas quando vem aqui, como agora não está podendo usar a cúpula pelos protocolos da covid, a pessoa no começo fica frustrada”, disse Elimar Borges Cardoso, de 48 anos, professor do observatório.

Pelo telescópio móvel, é possível observar astros como a Lua, Júpiter e Saturno. “Tudo que a gente vê a olho nu, os dois têm a mesma qualidade. O grande, como tem uma abertura maior, ele facilita para você ver coisas mais distantes.”

Algumas pessoas acreditam que o telescópio da cúpula é o mesmo que estava na fazenda do Dr. Thomaz Novelino. A professora Maria Teresa Capel, de 63 anos, desmente a especulação. “Aqui leva o nome do Dr. Thomaz Novelino, porque ele gostava muito de astronomia. Então, em consideração a ele, teve esse nome. Mas, nada daqui é daquele observatório. Este é próprio da Prefeitura mesmo.”

“Em conversa com ele aqui, a respeito deste telescópio que o Dr. Thomaz Novelino tinha na fazenda dele, eles fizeram um acordo. Olha, vou vender a fazenda, porteira fechada, mas guarda os equipamentos para um dia eu vir resgatar. Quando foram resgatar, não foram tomados os cuidados necessários com o equipamento e perdeu-se muita coisa”, explica Elimar.

Os telescópios do observatório foram adquiridos pela Prefeitura em parceria com uma entidade, no início do espaço em 2000. Ambos são americanos da marca Mead. O aparelho móvel custa por volta de R$ 15 mil e o fixo, R$ 100 mil. Por causa dos altos valores, Elimar sugere que as pessoas que desejam comprar um telescópio que visitem o observatório primeiro. 

“A gente recomenda que quando for comprar um telescópio, que venha para o observatório. Faz a observação nos nossos. Venha uma, duas, três, quatro, dez vezes, para ver como faz o manuseio, como acha, como foca, para não ficar frustrado.”

O espaço era comumente visitado por escolas públicas, particulares e amantes da astronomia, antes da pandemia. Ainda assim, muitas pessoas nunca visitaram o local. "Acho que temos muitas pessoas que não conhecem e não sabem do Observatório. Por ser uma repartição da Prefeitura, não temos a verba para divulgação”, afirma Maria Teresa.

O Observatório Municipal de Astronomia “Dr. Thomaz Novelino” está aberto ao público de segunda-feira a sexta-feira, das 19h às 22h. O espaço fica no Colégio Champagnat, localizado na avenida Champagnat, 1808, no Centro de Franca. As visitas são mediantes agendamentos pelos telefones (16) 3711-9247 e (16) 3711-9320.