O dia da mentira

A internet, o meio social, na família, vizinhos etc, todos nos bombardeiam diariamente com várias informações que não temos a possibilidade de confirmar de imediato sua veracidade.

Por Toninho Menezes | 04/04/2021 | Tempo de leitura: 3 min
especial para o GCN

A mentira, ora mentir. Quando criança aprendemos que o dia 1º de Abril de cada ano, era um dia para inventar estórias e por brincadeira pregar alguma peça em amigos. O tempo passou e agora adultos, estudando e aprendendo as lições que a vida nos trás, chegamos à conclusão de que não é necessário esperar o dia 1º de abril para mentir, pois recebemos notícias mentirosas todos os dias, de todas as formas, principalmente através da classe política através de seus aliados sejam de que ideologia for. E a única certeza que temos é que entre todas as profissões a dos políticos é a que tem os mentirosos mais eficazes. E essa facilidade ocorre em razão de que os eleitores obrigados a votar, adoram ser enganados para, apenas, continuar sonhando que tudo será diferente com seus escolhidos no poder. Acreditando que sua vida mudará sem que precise realizar nenhum esforço, ou seja, é o preguiçoso querendo que os outros que trabalham e lutam diariamente, contribuam com seus tributos e o Estado repasse àqueles eleitores que sonham com a “vida fácil” sem que tenham nenhum dever a cumprir.

E o momento pelo qual passamos é propício para pregar uma mentira ou várias todos os dias, não sendo necessário esperar somente pelo dia 1º de abril. Já não conseguimos saber o que é certo ou errado, o que é verdade ou mentira, de tantas informações distorcidas divulgadas constantemente. A mentira para conseguir seu intento tem que ter alguns elementos de verdade e muita emoção para que os leigos cidadãos possam aceitá-la como se verdade fosse. A propósito uma mentira bem emotiva pode se tornar mais crível que uma verdade nua e crua, sem “enfeites”, pois essa machuca e incomoda.

No momento atual temos as Fake News, dentro de uma verdadeira “guerra” de narrativas que se dá entre as redes sociais e os até então detentores do Poder que não aceitam que suas “verdades” sejam questionadas e colocadas à prova. Até então persistia a chamada espiral do silêncio, pois os cidadãos recebiam as informações e não possuía meios para se contrapor, questionar e discutir, colocando seus pontos de vista para algumas situações vividas em sociedade.

A internet, o meio social, na família, vizinhos etc, todos nos bombardeiam diariamente com várias informações que não temos a possibilidade de confirmar de imediato sua veracidade. As trocas de informações nos grupos sociais sempre estiveram presentes em nossas vidas, mas até então sempre circularam de maneira lenta. Porém a inevitabilidade da chamada era da informação, tornou-se presente fazendo com que notícias, fatos, narrativas etc., circulem com velocidade surpreendente nas redes sociais e em questão de horas alcança um público com proporções inimagináveis.

Emmanuel Kant já dizia que “não temos acesso à realidade enquanto tal, mas apenas as suas aparências”. A afirmativa apenas ratificou que há séculos fatos são manipulados e a única certeza que temos é que não sabemos mais em quem confiar.

Enfim é chegada a hora de uma total modificação na forma de se viver em sociedade. A propósito podemos citar Ayan Rand, falecido em 1982 que afirmava: “A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não poderá se dizer defensores das minorias”. E mentir, só por brincadeira!

Toninho Menezes – Advogado – Professor Universitário toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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