NEGÓCIOS

Franca está entre as 30 cidades mais empreendedoras do Brasil

Por Victor Linjardi | da Redação
| Tempo de leitura: 5 min
Arquivo pessoal
Mariana Cintra Ignácio, Júlia Maria Morais Martins, Carolina Ferreira Utzig e Natalia Sousa
Mariana Cintra Ignácio, Júlia Maria Morais Martins, Carolina Ferreira Utzig e Natalia Sousa

No fim de janeiro deste ano, a Enap (Escola Nacional de Administração Pública) divulgou um estudo sobre empreendedorismo no Brasil, o ICE (Índice de Cidades Empreendedoras). Foram analisadas as 100 cidades mais populosas do país, com base em sete quesitos: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora, para descobrir quais são as cidades com melhores condições para empreender. Franca foi classificada como a 27ª.

É o terceiro estudo realizado, mas é a primeira vez que Franca figura entre as principais cidades neste recorte – antes eram apenas 32 cidades avaliadas. O município fica à frente de algumas capitais importantes como Salvador, Goiânia, Cuiabá e Campo Grande, além de cidades como São José do Rio Preto, Uberlândia e Londrina.

O critério em que Franca é melhor avaliada no ICE é o de “infraestrutura”, sendo a 5ª melhor do país. Nele, são abordadas questões relacionadas ao cotidiano dos municípios, como segurança, custo de imóveis, além de custo de energia.

Confira as 30 cidades mais empreendedoras, sendo São Paulo a 1ª:

Outro índice diretamente ligado ao caráter empreendedor dos francanos, são os 4.469 MEIs (Microempreendor Individual) abertos em 2020, de acordo com o Sebrae.

Divina Sorte

Apublicitária Mariana Cintra Ignácio, 26, é um exemplo de empreendedorismo francano. Há três anos, ela se juntou com o então namorado com a ideia de conseguir uma renda extra. Foi assim que surgiu a “Divina Sorte”. A princípio eram bombons caseiros distribuídos em alguns pontos da cidade. “Várias pessoas me deram a oportunidade de revender os itens, como no estúdio de dança, escola de línguas, pastelaria etc.”.

Com o término do relacionamento, ela assumiu para si a responsabilidade de tocar o negócio. Desmotivada com o outro emprego que possuía, começou a ampliar seu cardápio. Para isso, precisou deixar a cozinha de sua casa para buscar uma própria para os doces. “Hoje temos nossa cozinha própria e também a loja para retirada dos produtos. Agora, além dos doces deliciosos, contamos com complementos para presentes, como canecas, canetas criativas, blocos de notas, etc. Consegui parceria com atléticas universitárias e floriculturas”, relatou Mariana.

Os pais da publicitária também a auxiliam quando necessário, tanto na cozinha, quanto com as entregas. Para ela, a maior lição de empreender foi que todos podem mudar de vida e trabalhar com o que gostam. “Podemos simplesmente ir atrás no nosso, nos reinventarmos e construirmos o nosso próprio império. Hoje já posso dizer que faturo muito mais que o dobro do que eu ganhava no meu antigo emprego e tenho mais liberdade. Agora eu durmo sempre com a consciência tranquila, sabendo que fiz minha parte, que sou reconhecida e que faço o dia das pessoas mais felizes”.

 


Anjuh Kids

Júlia Maria Morais Martins, 28, é psicóloga, mas também é uma empreendedora francana. Quando saiu de uma instituição que atuava voltada à sua formação, percebeu que não queria trabalhar empregada, devido às longas horas semanais que conciliava com seu consultório particular. Foi assim que surgiu a Anjuh Kids. “Desde que me formei tentei unir consultório com o emprego registrado, mas quis mudar. Como sempre gostei muito de crianças e trabalhei com isso por um tempo, resolvi abrir minha loja de roupas infantis”.

A princípio a loja era apenas virtual, com a ajuda das redes sociais para divulgar e vender suas roupas. Com a falta de um espaço físico e pensando no conforto de mães com crianças pequenas, decidiu inovar. “Acredito que a inovação da minha loja sejam as ‘bags’. Entendo que para muitas mães seja difícil ir com crianças em lojas, por isso optei por este sistema”.

As ‘bags’ são uma espécie de mochila que Júlia envia com uma seleção de roupas do tamanho solicitado pela mãe. Depois de provadas e escolhidas, as peças não desejadas retornam na ‘bag’ e o acerto do valor é feito de forma virtual. “Tem dado muito certo, as mães adoram essa ideia. A comodidade e a facilidade são um atrativo”.

Para a psicóloga o segredo é inovar e criar uma identidade. “As roupas que vendo têm um cheiro específico que agradam muitas mães. Com a procura, o projeto é começar a vender esse cheiro em forma de essência”. Hoje já há uma loja física com sua marca.

Com as idas a São Paulo para abastecer suas mercadorias, Júlia também trazia consigo alguns acessórios para uso próprio – como semijoias. Esses acessórios chamaram atenção de algumas pessoas próximas que perguntavam onde eram comprados. Foi assim que surgiu mais um empreendimento. “Em uma das minhas idas à São Paulo, quem me vendia os folheados me ofereceu para revendê-los em Franca e eu me interessei”.



Caju Folheados

Com tantas ocupações e a necessidade de um capital inicial para iniciar mais um projeto, Júlia Maria se juntou a uma amiga para assim tornar possível o investimento. Foi com a nutricionista, Carolina Ferreira Utzig, 25, que a Caju Folheados nasceu. “Não começamos as vendas ainda. No primeiro momento estamos tentando divulgar a marca. Temos recebido muitos elogios com a nossa dedicação nas redes sociais e com nossa identidade visual”.

As amigas ainda mostram que empreender pode não ser só uma questão comercial, Carolina e Júlia se preocupam com o autocuidado para as mulheres. “Não queremos que seja apenas colares ou brincos, mas que seja um momento de se cuidar e se priorizar. Escolhemos peça por peça para que transmita essa essência”.

 





Ns Shope

A designer de sobrancelhas, Natalia Sousa Silva de Oliveira, 25, começou a empreender recentemente. Apesar de estar no ramo há três anos, ela decidiu abrir uma loja para utensílios e acessórios relacionados ao seu trabalho no início de 2021. A “Ns Shope”. “Tudo que eu precisava comprar para o meu trabalho, era pela internet, pois em Franca a variedade e disponibilidade dos produtos é muito pequena”.

Natalia relata que não só ela, mas outras profissionais do ramo tinham a mesma dificuldade. Quando encontravam os produtos que gostariam, sofriam com os altos preços. “Saber dessa dificuldade me fez despertar o interesse em vendê-los. Ano passado comecei a ministrar cursos [sobre design de sobrancelhas] e o interesse aumentou ainda mais”. Foi assim que ela decidiu montar uma loja para revender estes produtos. A pandemia também influenciou por conta do horário de atendimento reduzido com clientes – que abriu espaço para colocar o projeto em prática.

“A pandemia acabou sendo um gatilho para eu empreender nesta área de mercado. Acredito que meu diferencial pode ser o preço. Colocar preços competitivos com os mercados que, antes, eu consumia”.

A jovem se diz otimista com o recente investimento, pelo mercado local ser fraco no seguimento. “Meu foco é conseguir atingir a região de Franca e trabalhar com o e-commerce. Agora estou no Instagram para sentir como será o público”, concluiu.

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