ANIVERSÁRIO

Patrícia completa 90 anos e segue em tratamento após sofrer AVC

Por N. Fradique | da Redação
| Tempo de leitura: 7 min
GCN
A colunista Patrícia: este ano não haverá a tradicional festa com amigos
A colunista Patrícia: este ano não haverá a tradicional festa com amigos
Sônia Menezes Pizzo, a colunista social Patrícia, comemora 90 anos nesta quarta-feira, 6. Acostumada com celebrações, ela passa a data, recheada de simbolismos, internada no Residencial Vitativa, onde se encontra acamada e inconsciente. Patrícia sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 13 de agosto. 
 
Depois de permanecer internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Regional até 28 de agosto, a colunista foi transferida no dia 10 de setembro para a clínica, onde mantém desde então seu tratamento.
 
A neta da colunista, Camilla Pizzo, lembra que a data sempre foi comemorada pela avó em clima de muita alegria, cercada de amigos e pessoas queridas. “O dia 6 de janeiro sempre foi comemorado por todos nós da família e dos amigos de nossa amada Patrícia. Sempre foi um dia de muita comemoração e de agradecer por sua vida. Mal acabavam as festas de final de ano e já começavam os jantares, os cafés da manhã, serenatas e reuniões para organizar sua festa, que há alguns anos ficou conhecida como Nat da Paty”. 
 
As comemorações de aniversário de Patrícia eram noites de festa. “Ela contava com aqueles amigos queridos e parceiros que faziam a noite acontecer. Nesse dia 6 em que ela comemora 90 anos, eu louvo e agradeço por ter a benção de ter vivido, de aprender e me espelhar em uma mulher à frente de seu tempo, que abriu caminhos, que participou da história de sua Franca, e que hoje faz parte dessa história e está no coração de tanta gente”, destaca Camila.
 
Emocionada, a neta lamenta que a comemoração neste ano não seja da maneira desejada. “Não vai ter aquela loucura, não vai ter a serenata... mas assim como ela, acredito em nosso Pai Todo Poderoso e Nossa Senhora Aparecidinha, que a estão carregando no colo, como ela sempre fez questão de falar... O dia 6 de janeiro sempre será o dia da Sônia, da vó Sônia, da Patrícia”.
 
O empresário Aureliano de Paula Borges, o florista Liliko, um dos mais antigos amigos da colunista, disse que o maior presente possível nesse dia seria o despertar de Patrícia. “Eu creio em você, minha amiga. Eu creio em seu sorriso, que é uma janela aberta do seu ser. Eu creio no seu olhar, que é o espelho de sua honestidade. Eu creio nas suas mãos, que estão sempre abertas pra dar e receber. Eu creio no seu abraço, que é o acolhimento sincero de seu coração.... Eu tenho rezado e pedido todos os dias aos nossos médicos e aos nossos conselheiros espirituais que a desperte, principalmente agora que é seu aniversário. Tô te esperando. Acorde”. 
 
A fisioterapeuta Marta Maria Comparini Fuzisawa, que atende a colunista, diz que ela segue acamada, inconsciente e sem responder a qualquer estímulo neurológico. “Patrícia vem recebendo todo tratamento necessário para que tenha uma melhor qualidade de vida. Porém, são tratamentos paliativos. Atualmente, ela não apresenta resposta significavas aos estímulos. Dona Sônia não está conseguindo realizar nenhum movimento voluntariamente”.
 
Amiga da família, a fisioterapeuta disse que o tratamento de Patrícia vai além do tradicional. “Os cuidados com Patrícia não são só os terapeutas, envolvem também a parte efetiva e emocional. Além de conhecer ela, eu sou amiga da família há muitos anos”, disse Marta Comparini. “Ela ama a vida. Me sinto honrada e agradecida em poder ajudá-la nesse momento difícil. Espero que ela possa ter a benção divina de estar conosco por muitos e muitos anos”.
 
O jornalista Corrêa Neves Jr disse que é impossível, apesar da tristeza do momento, não ficar impressionado e admirado com a força e garra da colunista. “Patrícia é uma força monumental, um exemplo permanente, que segue inspirando mesmo desacordada, confinada contra sua vontade a uma cama. Ela perdeu marido, sepultou dois filhos, resistiu a preconceitos e se impôs por seu talento e competência. Aos 90 anos, segue teimosamente desafiando o destino, lutando pela vida que, sua história ensina, sempre vale a pena ser vivida”.
 
Corrêa lembra que suas memórias mais antigas remetem à Patrícia. “Ainda criança, me lembro de ir ao jornal, na rua Ouvidor Freire, e sempre me encantar com a movimentação na sala dela, com as fotos das modelos estampadas na parede, com os telefones que não paravam de tocar. Vi ela sempre gentil passar na noites de Natal para cumprimentar meus pais, enquanto a gente trabalhava duro para colocar o jornal nas ruas, numa época sem internet, sem redes sociais... Depois, adulto, tive a honra de realizar um dos seus sonhos e trazê-la de volta para trabalhar conosco, o que foi, antes de qualquer outra coisa, um enorme privilégio”. 
 
Para Corrêa Jr, apesar da medicina indicar que ela não tem consciência nem reage a estímulos neurológicos neste instante, sua fé transcende e, de alguma forma, ela vai sentir o carinho de todos que tem por ela estima e admiração. “Patrícia é extraordinária. Para pessoas assim, raras, as regras não se aplicam. De algum jeito, ela sentirá o imenso carinho que tanta gente sente por ela”.
 
Outros amigos da colunista também lembraram traços da personalidade da colunista e o impacto de sua presença na data dos seus 90 anos.
 
Padre José Geraldo Segantin: “Dois dias antes de ficar enferma, ainda conversamos... Hoje é um dia que, desde cedo, ela esperava os telefonemas, as flores, as mensagens e dávamos a certeza pra ela de que cantaríamos, em público, Parabéns a você, na festa. Ela era a "festa". Em oração e pedindo bênçãos do céu sobre sua vida, eu quero cantar, baixinho pra não perturbar seu sono: Parabéns a você, nesta data querida: 90 anos”.
 
Well Miguel, colunista: “Patrícia é a responsável pela minha trajetória no colunismo social. Com ela, iniciei minha carreira e aprendi a amar a profissão. Tenho por ela, além de carinho e admiração, enorme gratidão. Ela é e será, eternamente, nossa referência maior. O título de Primeira Dama da Comunicação Social é dela; de modo intransferível”.
 
Lúcia Brigagão, publicitária e escritora: “Querida. Sinto muita falta dela. Sinto falta de ouvir as novidades da semana sobre a família, sobre desejos, planos, empreendimentos – meu Deus, quantos e diferentes projetos! Viajar com amigos, sair para jantar ou almoçar nos finais de semana, preparar festas, enviar convites para pessoas distantes ou apenas assuntar sobre convidados especiais para seus eventos. Ultimamente, deu de reclamar muito: que estava confinada, que entendia os motivos da reclusão, mas que estava muito penoso não poder trabalhar, não ver gente ao seu redor, ela que sempre foi a rainha das multidões. Queria sair, ir ao supermercado, se enfeitar, pôr seus balangandãs, fazer as unhas, preparar o cabelo, vaidosa que só. Isso há quase um ano. Hoje, dia 6 de Janeiro, é dia de Reis e da Rainha da Franca. A Rainha que, como todas as similares, recebeu críticas, ataques e, ao mesmo tempo, louvores e adjetivos de endeusamento. Que abriu caminhos para mulheres que vieram na sua esteira com exemplos de coragem, atrevimento, ousadia, empreendedorismo e superação. A ex-professora tímida que não hesitou em abandonar a profissão e passou a enfrentar salas abarrotadas de antagonistas e adversários e até sofrer apedrejamentos covardes. A jornalista que entrevistou políticos, cantores, personalidades, artistas de todos vieses, sem se deixar intimidar por nenhum deles. Ícone da resiliência, que perdeu familiares próximos, baqueou, respirou fundo e foi em frente. Minha, e para sempre, Querida”.
 
Sônia Machiavelli, jornalista e escritora: “Conheço Patrícia há décadas. Cresci ouvindo seus programas de rádio, mas o contato pessoal que se transformou em amizade data do ano 1973, quando meu marido, Corrêa Neves, comprou o jornal Comércio da Franca. Como eu trabalhava ali, nos encontrávamos com frequência. Patrícia estava sempre elegante, perfumada, sorridente e muito bem informada não só sobre Franca. Inteligente e atualizada, conversava com todos da mesma forma, o que revelava a sua boa educação. Aos poucos fui notando um traço de personalidade que a distinguia: demonstrava com frequência seu amor por nossa cidade, e não permitia que em sua frente alguém falasse mal de nossa terra. Todas as vezes que foi possível, engrandeceu o nome de Franca, destacando suas virtudes naturais, como “o céu azulim de maio”, os artistas (emocionava-se com a valsa Terra de meus sonhos, de Ângelo Morato), os grandes empreendimentos, como a Francal. Sua energia incomum deixava os funcionários do Comércio surpresos e sua devoção à Nossa Senhora Aparecida era algo que a todos comovia. Acredito que sua fé religiosa e seu amor à vida a ajudaram a enfrentar os lutos pelos quais teve de passar. É um exemplo de pessoa inesquecível, pela firmeza e honradez demonstradas em ocasiões muito difíceis”.

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