As eleições municipais

Por Toninho Menezes | Especial para o GCN
| Tempo de leitura: 4 min

O escritor Machado de Assis já dizia: "Não será difícil achar a semelhança entre uma eleição e uma mágica: avultam em ambas as visualidades e tramóias."

Caro leitor, gostaria de deixar para efetuar comentários sobre as eleições somente após as mesmas, porém em razão das várias manifestações que recebemos, abordaremos o tema e após as eleições efetuaremos comentário mais profundo.

Desde os primórdios das eleições no Brasil, até as eleições municipais que no dia 15 de novembro se realizam, houve muitas mudanças. O avanço ocorreu de forma contínua, apesar dos percalços do caminho que, por vezes fizeram com que diminuíssem o ritmo evolutivo rumo à democracia.

Apesar das conquistas, muitas coisas ainda precisam ser implementadas em nosso sistema eleitoral. Porém, no que diz respeito às formas de se fazer e conduzir as campanhas eleitorais, mesmo com o advento do marketing político, ainda segue os mesmos caminhos e ferramentas utilizadas no início do século passado.

Como sempre fazemos, em razão de nossa área de atuação profissional, acompanhamos a campanha eleitoral registrando dados para arquivo e podemos dizer, que os mesmos foram ricos: em mentiras, em hipocrisias, em promessas vãs, como as de outros tempos. Basta ver que todos os aspectos da vida em sociedade (saúde, educação, esporte, lazer, transporte, trabalho, obras etc.) foram objeto de promessas a serem adquiridas com facilidade pelos cidadãos a partir de janeiro de 2021, em troca de votos, como se isso fosse possível. Ninguém falou das obrigações a serem assumidas e honradas, também não falaram claramente como conseguirão transformar estes “sonhos” em realidade, qual a mágica a ser feita, frente às dificuldades administrativas.

Um conhecido dicionário traz as seguintes definições para o verbete "política": - Princípio doutrinário que caracteriza a estrutura constitucional do Estado; - Sistema de regras respeitantes à direção dos negócios públicos; e - Maneira hábil de agir, astúcia, ardil, artifício, esperteza.

A última definição é, sem dúvida, a que melhor caracteriza a política em nossa época. Aliás, o termo "politiqueiro", definido nos dicionários como "aquele que em política se utiliza de processos menos corretos", e também "indivíduo intrigante, mexeriqueiro", apareceu pela primeira vez no ano de 1899, como que num prenúncio do que seria a política nos anos vindouros.

Conforme já comentamos ao aproximar-se o dia das eleições os ânimos se acirram, trazendo denúncias, promessas impossíveis etc. O pior é que tais atos apenas nos dão o direcionamento de como poderá ser os próximos quatro anos da administração pública municipal, ou seja, de perseguições, denúncias, brigas judiciais, tudo de interesse pessoal e, que não trará nenhum benefício aos interesses dos munícipes francanos.

Infelizmente às vésperas das eleições municipais, tal linha de conduta, mal dimensionada, além de manchar o modo de se fazer política, aumenta seu descrédito, visto que aos olhos do povo, a política é “coisa suja”, “desvio dos bens públicos”, “conchavos”, “troca de favores” etc. Tal ato poderá trazer muito mais prejuízos do que benefícios aos seus idealizadores, basta ver a reação de desaprovação popular que tomou conta dos comentários entre os cidadãos francanos nos últimos dias.

Todos têm que ter consciência de que a política é a ferramenta da construção da sociedade e, o que diferencia um político de outro é a forma de como se utiliza desta ferramenta. Todos nós somos responsáveis por essa construção política, até aquele que fica de braços cruzados, pois a sua justificativa de um discurso aparentemente não político, trata-se de linha ideológica de um determinado pensamento político.

São evidentes que o processo eleitoral apresenta os mesmos vícios, as mesmas distorções de antes, já que não evoluímos, pois não promovemos mudanças na legislação e a reforma política não aconteceu.

Dessa forma, a maioria dos cidadãos mantêm a descrença generalizada que se agrava a cada processo eleitoral no País, descrença em relação às instituições públicas, partidos políticos, políticos de uma forma geral.

São alterações necessárias, e esperamos que, para os próximos pleitos, possamos ter um novo modelo político no Brasil, porque este já está condenado, superado, desgastado e reprovado não só nas urnas, mas em qualquer pesquisa que se possa fazer no País.

Enfim, O modelo político vigente no Brasil é, sem dúvida, um modelo antigo que tem que ser substituído por algo mais moderno, mais avançado e que possa ser instrumento de recuperação da credibilidade que foi perdida.

E não deixem de votar.

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