Efeitos da covid-19 nas crianças

Por Toninho Menezes | 11/10/2020 | Tempo de leitura: 2 min
Especial para o GCN

Aproveitando o dia das crianças, gostaríamos de aproveitar a data para trazermos algumas observações sobre os efeitos colaterais, não diretos, que a pandemia da Covid-19 está trazendo para crianças e adolescentes.

Desde o início da pandemia, diversas medidas foram tomadas, dentre elas a do isolamento social através do fechamento das escolas, clubes, praças, parques e locais de atividades ao ar livre, enclausurando as crianças e conseqüentemente afastado-as do convívio social. Analistas estão preocupados e mostram que os efeitos indiretos da pandemia, na saúde das crianças, podem ser muito maiores e perdurarem por longo tempo.

Os prejuízos indiretos no ensino são visíveis e dispensam maiores comentários. Na socialização e no conseqüente desenvolvimento social os efeitos são terríveis, pois aquelas crianças em fase de desenvolvimento estão sofrendo demais, pois perderam todo o contato com outras pessoas e isoladas que estão não sabem e não conseguem enxergar, aprender e entender o mundo ao seu redor. Situação que é agravada pelo afastamento do convívio familiar com primos, primas, tios, tias, avós, bisavós, padrinho, madrinhas etc. Dessa forma estão sendo afetadas, gerando sintomas de depressão e ansiedade. Por outro lado as empresas aproveitando-se da situação colocaram muitos profissionais trabalhando em casa, para aumentarem suas lucratividades. Porém as crianças associavam ao verem os pais em casa a momentos de lazer e reunião familiar. Agora não conseguem entender que os pais estão em casa, mas não podem dar atenção a elas (crianças), pois estão trabalhando e aqueles momentos de alegria familiar se tornaram de chamadas de atenção e “broncas”, visto que os pais precisam se concentrar no trabalho.

A Covid-19 também trouxe para as crianças outra grave situação, que foi a queda nas coberturas vacinais, levando a efeitos devastadores em conquistas de décadas de planejamento e investimentos públicos na erradicação e diminuição de doenças imunopreviníveis. Visto que os pais com medo de saírem de casa e se contaminarem deixam de comparecer aos locais de vacinação, além de que as reconfigurações dos sistemas de saúde geraram muitos problemas e reduziram o acesso aos serviços tanto da atenção primária quanto da atenção especializada.

Os efeitos do confinamento sobre as crianças, levando-se em consideração a intensidade do distanciamento social e o tempo de duração desse isolamento, adicionando-se a qualidade das relações familiares, poderão levar a prejuízos emocionais difíceis de serem revertidos. Problema esse que não estamos vendo nenhuma atitude preventiva sendo tomada.

Nossas autoridades têm que repensar e admitir que ninguém é forte o suficiente para ficarmos eternamente confinados, a maioria em ambientes desfavoráveis. Momentos difíceis devem ser compreendidos e respeitados, porém o processo como está sendo conduzido, com a perda da liberdade social, pela ausência da escola, dos amigos, dos familiares, que faz parte e é necessário e deve ser vivido pelo ser humano, com toda a segurança que o Estado deve proporcionar, sendo aspecto vital para o desenvolvimento, com toda nossa humildade de leigo que somos, entendemos que trará prejuízos irreversíveis. Bastando observar e colocar na balança para ver o que é mais prejudicial.

Enfim, Feliz Dia das Crianças.

Toninho Menezes, advogado e professor Universitário

 

 

 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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