A ivermectina, um medicamento usado para tratamento de vermes intestinais, piolho e outros parasitas em humanos, é a nova promessa de arma contra o coronavírus. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu nota na última sexta-feira, 10, afirmando que “até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da Covid-19 no Brasil”. Mas ontem, 14, o prefeito Gilson de Souza (DEM) publicou em suas redes sociais que pediu um estudo para uso do vermífugo em Franca.

“Solicitei ao secretário da Saúde, (José Conrado) Netto, e ao médico da Vigilância (Epidemiológica), Dr. Homero (Rosa), um estudo no uso do medicamento ivermectina, no combate e prevenção do Covid, para implementação no município de Franca”, escreveu Gilson.

O uso do medicamento vem sendo feito em cidades de diversos Estados do país, como parte do protocolo de tratamento dos pacientes de Covid-19. Porto Feliz (SP) foi uma das pioneiras. Em Itajaí (SC), a intenção é distribuir ivermectina a 100 mil moradores da cidade como prevenção do coronavírus. Há uma corrente que acredita que o medicamento possa prevenir contra o vírus.

A Anvisa, porém, não recomenda do remédio, a não ser por prescrição médica. “É preciso deixar claro que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da Covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso”, diz nota da agência.

Destaca também que “as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento”. Mas ressalta que “o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor”.

Em Franca, o coordenador de Saúde, Luiz Carlos Vergara, informou que o estudo para criação de um protocolo de tratamento de pacientes com Covid-19 foi solicitado ao médico Homero Rosa, na última quinta-feira, 9, e debatido com o Comitê Municipal de Enfretamento do Coronavírus, nesta terça-feira, 14.

“(O dr. Homero) tem que dar o parecer para nós, eu acredito que na sexta-feira ele entregue a documentação”, disse Vergara. Segundo ele, foram feitos levantamentos de cidades que já criaram protocolos de tratamento e prevenção e, baseado em dados de outras cidades, Franca criará suas orientações. “O protocolo vai ter, com toda certeza, em Franca”, afirmou.

O coordenador explica que o estudo determinará quais medicamento serão prescritos, dentro da condição do município de fornecer. “Não basta você prescrever, e não fornecer.”