Momento

05/07/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Não discuto mais política. Faz tempo não discuto, escuto ou converso com a oposição, mas a situação também já me cutucou e, como resultado, deixou exposto o nervo do meu siso. Ando ranzinza e impaciente. Esta semana ouvi duas vezes os últimos discursos da Dilma, a primeira vez para rir, a segunda para chorar. Fico envergonhada diante dos meus amigos estrangeiros sempre e quando ela é, através da mídia internacional, apresentada como ex-presidente do Brasil. Vai ter dedo podre para apertar o sim de confirmação das urnas, assim, na Coréia do Norte!, pensei. Não, não votei nela. Só no Lula, há muito tempo e uma única vez. Desliguei o som irritadíssima enquanto ela verbalizava sua fala louca, me perguntando quando ouvirei alguém – do partido dela - conseguir traduzir o que ela diz. Não entendo as determinações da OMS; não sei o que o STF quer de mim como cidadã e muito menos o que o prefeito da cidade vai fazer na rotatória do Champagnat. Abro minhas redes sociais, chovem acusações de todo lado: o vizinho não respeita o isolamento; os parentes não estão nem aí para o uso das máscaras; imagine só, houve festa na vizinhança, com som rolando até altas horas. Mas quem posta, aposta no mesmo time: que corona, que covid, que pandemia, que máscaras, que higienização, que nada!

Achei a cola das últimas eleições, que aprendi a guardar para vigiar quem, eventualmente, ajudei a ser eleito. Que vergonha! O governador que elegi, nem tinha tomado posse direito, já me cobriu de opróbrio e desonra. A deputada federal, que ganhou meu voto e que eu admirava tanto, foi entrar na Assembléia, partiu pra briga, discusssão, agressão, desligou de quem a havia ajudado a ser eleita. Nem usa mais o jargão “a mais votada deputada federal de todos os tempos” porque tem certeza de que ele perdeu a validade. Fossem hoje as eleições, ela ficaria lá atrás. A bem da verdade, o presidente não me decepcionou, embora eu acreditasse que ele se livraria dos birrentos adolescentes, filhos dele, que atrapalham – e muito – sua performance. Ele não piorou nas atitudes, mas não devia ter permitido que seu filho aboletasse no carro presidencial para o desfile da posse, pra começo de conversa. Aquilo foi imperdoável. Continua boca suja, mas não mais suja que o Lula, perdoem-me as fãs. Entre chamar alguém de fdp e perguntar pelas mulheres de “g++lo duro”, mil vezes o fdp. Acho que ele é desrespeitoso com as mulheres, com os homens, com o clero, com as forças armadas e até com a Globo. Ele só respeita rico e banqueiro, tanto assim, que abriu as comportas do dinheiro público para eles.

Acho que o Congresso, para dar exemplo, devia deixar o presidente governar. Nem com bicheiro, que comanda escola de samba, se implica tanto. O presidente faz, a imprensa sai matando; escolhe um ministro, a mídia ridiculariza tanto ele, quanto o escolhido. O presidente não faz, os jornalistas criticam; o presidente toma uma atitude, chove sobre ele chuva mais pesada que a que caiu esta semana sobre Santa Catarina. Ele se cala, está omisso; ele responde, avaliam como má criação. Os artistas implicam com ele, mais que com os críticos de suas atuações. Ele é presidente, foi legitimamente escolhido, ninguém suspeita que um Toffoli qualquer tenha ido “corrigir” as urnas onde foram depositados os votos do povo. E a apuração foi aberta, limpa, livre, sadia, sã. Ele não importou o corona virus, deve ter ficado apavorado quando percebeu a bagunça que os chineses fizeram.

Recentemente ele deu ao Nordeste o presente que Lula e Dilma prometiam desde 2010. Isso só já bastaria. Deixemos o homem governar, puxa vida! Para cada insucesso dele, geralmente provocado pela mídia, tem um sucesso do Paulo Guedes, que acerta pra caramba. Para cada frase mal colocada, ou mal entendida, ou mal interpretada, tem alguma outra que pontua. E, aleluia! ainda não se tem notícia de um tostão desviado dos cofres públicos. Só isso já é uma bênção.

 
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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