Após a pandemia Covid-19, fatalmente o mundo nunca mais será o mesmo. Percebemos isso nas conversas por telefone e nos grupos de comunicação das redes sociais. Visto que, até então o culto ao ego estava muito além do que o satisfatório para que o ser humano pudesse se sentir bem.
As pessoas, apesar de muitas não aceitarem, para satisfazer seu egoísmo e sua ostentação, passaram a fingir ter conhecimento sobre tudo, que sempre acertam em suas colocações e nunca aceitam seus erros. O nosso modo de viver atualmente sempre valorizando mais o dinheiro do que os sentimentos, onde se dá valor mais as aparências, na constante luta diária em superar as outras pessoas, do que o modo humilde de ter somente o que é essencial para a vida.
Em nossa opinião a vida de aparências está por um fio, ou seja, não há mais espaço para tais pessoas. Muitos reclamam do desemprego, mas não procuram se esforçar e ter a humildade de aceitar que estão defasadas em suas áreas de atuação, porém relutam em dedicar parte de seu tempo fazendo um curso e reciclarem seus conhecimentos, pois sempre pensam que “é o tal” e colocam a culpa nos outros por não conseguirem uma recolocação no mercado de trabalho. Em síntese não investem em seu crescimento pessoal, porém não param de investir em “aparências” para passar a impressão aos outros que são bem sucedidas e para isso se endividam a cada dia mais e mais. O ser humano esqueceu-se que deve se destacar pela sua essência, pelo que realmente é, e não por sua “aparência comprada”. A propósito tive um professor de direito que dizia que alguns advogados, de famílias abastadas, após a colação de grau, adquiriam livros para seu escritório da seguinte forma – quero um metro e meio de livros com capas vermelhas; dois metros de livros com capas pretas; e alguns de capas cor de laranja – Porém nunca leram sequer dez folhas de tais livros, mas a impressão que ficava quando alguém entrava em seu escritório era a de que ali estava um renomado e ilustre casuístico. Enquanto outros profissionais mais simples e conhecedores da advocacia, não mereciam nenhum destaque, pois sequer tinha cinqüenta centímetros de livros de que cor fosse.
Enfim, após a pandemia da Covid-19, a maneira de se viver nesse mundo terá que ser repensada, passando a sociedade a dar mais valor ao ser humano do que aqueles que aparentam ser super humanos. O grande problema atual é que não adquirimos ainda a maturidade para equacionar o ponto de equilíbrio entre a qualidade de vida e a busca incessante do sucesso, destruindo nossa paz espiritual.
Toninho Menezes – Advogado – Professor Universitáriotoninhomenezes16@gmail.com
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