Por meio das entrevistas que faço com especialistas, da leitura e das informações que consumo na imprensa profissional, estou mais por dentro do coronavírus do que sobre os bastidores da política em Franca.
Aprendi com o médico Homero Rosa Júnior, chefe da Vigilância Epidemiológica, que estamos enfrentando uma guerra biológica. Nesta guerra, não há como dar um tiro no vírus. Não se sabe onde ele está, nem como acertá-lo. A única arma que temos é esvaziar a cidade e ficar em casa.
Não é possível afirmar como estará a situação de Franca daqui a um mês. Pode estar uma catástrofe, como pode estar uma situação tranquila sem mortes. Esta incerteza, que se repete por todo o País, afetará as eleições.
Em princípio, o calendário eleitoral não será alterado. Na quinta-feira, dia 19, os ministros do TSE tomaram uma primeira decisão sobre o assunto e a resposta foi a de manter as datas. Os ministros responderam a um questionamento feito pelo deputado Glaustin Fokus (PSC-GO). Ele queria saber se era possível alterar o prazo para filiação partidária, que se encerra no dia 4 de abril.
A presidente do TSE, Rosa Weber, disse que este prazo está previsto na Lei das Eleições de 1997 e não pode ser alterada pelo plenário do TSE. Uma mudança deste tipo precisaria passar pelo Congresso. Os partidos podem fazer as filiações de forma eletrônica.
Com o avanço do número de casos do novo coronavírus no Brasil, políticos de diferentes partidos começam a defender o adiamento do calendário eleitoral. No momento, a tabela está mantida. A esperança dos ministros é de que a pandemia possa ser controlada. Provável que a Justiça aguarde mais algumas semanas para decidir se fica tudo como o previsto, se é preciso adiar parte do cronograma ou até mesmo as eleições.
O pastor e a Lancha
A informação ficou escondida por ter sido divulgada no mesmo dia em que o prefeito Gilson de Souza baixou o decreto para tentar frear o coronavírus em Franca, mas uma peça importante foi movida no jogo de xadrez da política local: o presidente da Câmara, Sérgio Palamoni, deixou o PSB e se filiou ao PSD de Flávia Lancha. O reforço é relevante: além de presidir o Poder Legislativo, Palamoni é um dos mais influentes pastores da Igreja do Evangelho Quadrangular, que soma 52 unidades na região, e teve o nome escolhido por cerca de cem pastores, em prévia interna, como o candidato da igreja nas eleições deste ano. A articulação e a aproximação entre Lancha e Palamoni, discretíssima, foi feita pelo presidente do partido, Corrêa Neves Jr.
Troca troca
No mesmo dia em que baixou decreto determinando o esvaziamento da cidade, Gilson de Souza promoveu mudança importante na estrutura do governo. Conrado Neto deixou a Secretaria de Saúde, onde estava desde o governo de Alexandre Ferreira, e foi deslocado para a chefia do Gabinete do Prefeito. Luiz Vergara assumiu a Saúde.
Medidas necessárias
Criticado pela resistência em tomar decisões polêmicas, Gilson de Souza mandou bem ao baixar o decreto para conter o coronavírus. Agora, precisa fiscalizar e punir quem está descumprindo a ordem para fechar seus estabelecimentos.
Efeito dominó
Após Franca ter tomado a decisão de mandar fechar o comércio e orientar as pessoas a saírem das ruas, 17 cidades da região seguiram o exemplo e adotaram medidas semelhantes: Restinga, Igarapava, Pedregulho, Cristais Paulista, Ribeirão Corrente, Miguelópolis, Rifaina, Sacramento, Ibiraci, Delfinópolis, Itirapuã, Patrocínio Paulista, Jeriquara, Guará, Orlândia, São Joaquim da Barra e São José da Bela Vista.
Apocalipse
Estou ficando preocupado com a possibilidade de o fim do mundo estar próximo. Depois de ver o Paraguai prender brasileiro por falsificação, esta semana presenciei o prefeito Gilson de Souza orientar as pessoas a não viajarem. Por quanto, nada de ir para São Paulo.
Edson Arantes
Jornalista
edson@comerciodafranca.com.br
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