Inaugurado em 1953, o Parque de Exposições “Fernando Costa” nasceu com o objetivo principal de diversificar a economia local, que na época era baseada predominantemente na produção de café.
Já nos seus primeiros anos, cumprindo sua missão, o espaço do parque tornou-se um local de destaque da economia francana vinculada à pecuária, com foco na produção e reprodução de gado de raça, especialmente o Gir (raça de gado bovino originária do norte da Índia e muito popular na década de 1940).
“Na época da fundação do Parque de Exposições Fernando Costa buscava-se uma diversificação da economia, especialmente por ser um período pós a 2ª Guerra Mundial e vindo de crises como a de 1929. Franca era rota de passagem de muitas tropas e fortaleceu a pecuária local. É importante destacar que sem o passado da produção cafeeira e do gado Franca não teria se tornado a Capital do Calçado tempos depois”, disse o presidente do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Turístico do Município de Franca), Pedro Geraldo Tosi.
O Parque
O “Fernando Costa” foi projetado para atender as necessidades das grandes exposições agropecuárias que aconteciam naquela época. A intenção era reunir no mesmo espaço o diálogo entre cultura e tecnologia em busca sempre do progresso. O apogeu desse tipo de local aconteceu no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950 e o principal objetivo era o desenvolvimento econômico das regiões onde eram instalados.
Construído seguindo as tendências da década de 1940, o Parque de Exposições “Fernando Costa” tem estilo neocolonial. O estilo, inclusive, pode ser observado logo na sua entrada, através da estrutura arquitetônica da fachada principal do local.
“A construção evoca coisas da fazenda, por exemplo o pórtico da entrada, o arco tipo ogival e o portão de madeira dentro do estilo colonial bangalô, que podem ser vistos nas madeiras pintadas de azul e telhas com uma capa e uma bica”, explicou Pedro Tosi.
Além de Franca, existem parques de exposições “Fernando Costa” em Uberaba (MG), onde está a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e também na cidade de Água Branca.
GRANDES EXPOSIÇÕES
O Parque começou suas atividades servindo de palco para exposições de gado, recebendo mostras regionais, estaduais e até nacionais. Em 1957 aconteceu a inauguração da I Exposição de Animais e Produtos Derivados. Além dos francanos, a exposição contou ainda com fazendeiros vindos de cidades como as mineiras Uberaba e Araxá, e também de Ribeirão Preto, Barretos e São Paulo. Já em 1963, chegando à sexta edição, a exposição ganhou proporção e passou a ter repercussão nacional.
Registros históricos mostram que as exposições tinham duração média de seis a oito dias. No encerramento, como até os dias atuais acontecem nas grandes feiras, eram distribuídos troféus para os fazendeiros que venciam as disputas com seus animais. Os eventos geravam grandes negócios e fomentavam a economia local com negócios trazidos por fazendeiros de estados como Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.
PATRIMÔNIO
Com uma arquitetura estilo colonial clássica, o Parque de Exposições “Fernando Costa” é tombado e considerado patrimônio histórico e cultural do Estado de São Paulo. Em 2013 foi publicado o decreto que confirmava o tombamento de 15 construções históricas localizadas dentro do parque: baias para cavalos situadas no lado direito da pista central; seis galpões para gado situados entre a pista Central e a área de shows; dois pavilhões pequenos para ovinos localizados ao lado da pista de julgamentos de ovinos “Dr. José Luiz da Costa Ribeiro”; arquibancada à esquerda da pista central, entre a Casa do Criador e o Bambuzal; fonte no centro do lago; casa antiga da força; auditório; pista central do parque, onde são realizados os desfiles e julgamentos dos animais; mastro da bandeira; casa do zelador; bambuzal; lavador de animais; área frontal; lago central; e administração.
“A importância de todo patrimônio tombado está no fato de que ele evoca uma memória histórica. Todo monumento histórico tem uma narrativa especial que representa dilemas e costumes de uma época constituindo uma identidade local através dos seus detalhes”, disse Pedro Tosi. “A intenção de todo tombamento é preservar a originalidade dos patrimônios, é manter essas características únicas preservadas pelo máximo de tempo possível, 100, 200 ou até 300 anos”, completou.
“Vejo o Parque Fernando Costa como uma área cultural também, pois ali fazemos eventos como O Dia do Mineiro, o aniversário de Franca, entre outros. Além disso, o espaço do parque serve também para a população prestigiar e fazer caminhadas, é uma área para a população. As paisagens são usadas para fotografias, para o convívio em família. É um espaço maravilhoso”, disse o secretário Municipal de Esporte, Arte, Cultura e Lazer, Elson Boni.
Área se tornou disputa entre governo e prefeitura
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