Hino é literalmente canto.
Pode ser épico, como o oficial de nossa cidade, escrito por Alfredo Palermo e musicado por Waldemar Roberto. As metáforas potentes combinam com o ritmo enérgico:
“Salve Franca, cidade querida,/Áurea gema do chão brasileiro,/Teu trabalho é uma luta renhida,/Sob a luz paternal do Cruzeiro./No sacrário de mil oficinas,/Teu civismo é mais santo e mais puro,/Labutando é que a todos ensinas/O roteiro de luz do futuro.// Juventude, memoremos/A bravura ancestral,/E a pureza,/A beleza/Desta terra sem rival,/Seresteiros, evoquemos/Um pretérito imortal,/Pois, na presente grandeza,/Fulge a grata certeza/De um porvir sem igual.//És florão da grandeza paulista,/Semeada em teu chão feiticeiro:/Teu café em aleias se avista,/Soberano, em seu reino altaneiro./Salve Franca de tardes douradas,/Três Colinas amenas, ridentes:/Relembrando tuas glórias passadas,/Outras glórias sonhamos presentes.”
Pode ser lírico, gênero em que as emoções mais recônditas ganham voz, como na valsa Terra de meus sonhos, de Agnelo Morato e Diogo Garcia:
“Terra dos meus sonhos,/ Igual outra não vi /Jamais te esquecerei,/ Cidade onde eu nasci/ Esta dor que compunge em minh’alma, /É a saudade que sinto de ti... Agora no fim da existência,/ Bem longe da mocidade/ Canto em teu louvor oh Franca,/ Esta valsa de amor e saudade/ De minha infância feliz,/ Que passou tão ingênua a sonhar,/ Por isso longe de ti,/ Ao recordar-te o consolo é chorar.// Eis as três colinas/ na retina sem fim,/ E a água da careta/ corre dentro de mim/ Tem o capim mimoso na visão,/ E a sua cor é o tom do violão/ Bairro da Boa Vista,/ o alto da Estação/ E a Cidade Nova/ Cantam esperanças/ E vem ainda o luar/ que fica a inspirar/ esta infinda lembrança.”
Pode ser pop, como a canção de Paulo Gimenes e Afonso Henrique, que as crianças têm cantado na escola e em casa:
“Nascer nas três colinas, crescer na Estação/Brincar no “Siqueirinha””, estudar lá no Barão/Aventurar no Bagres, brigar na vila Tião/Rezar lá na Matriz, passear na Conceição// Cantar na Concha Acústica, correr do Pelotão/Rir da Capotinha, temer o Capadão/Sarar com “seo” Anésio,/ massagear com “seo” João/Beber lá da Careta, torcer lá no Lanchão// Eu vou vivendo assim,/Te conjugando até o fim/Quando essa vida findar/E o verbo em mim se calar/Vou pro Saudade descansar/Capim Mimoso, de novo eu vou brotar//Bailar com o Laércio, vibrar no Pedrocão/Nadar lá na Francana, almoçar lá no Barão/Tomar lá no Pajé, curtindo o Grupão/Ler as notícias do Comércio/ assistir no Odeon/Casar na Capelinha, Foto Jair recordação/Amendoim do Jubileu, pescar no Cubatão/Viajar de Cometa, no Magazine à prestação/Envelhecer no São Vicente, aposentar lá na Barão.”
Épico, lírico ou pop, cada um tem sua beleza e perfila de forma peculiar a cidade que comemorou 195 anos. Não deixemos cair no ostracismo essas manifestações de bem-querer à terra que é a nossa casa.
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