EDUCAÇÃO

'Conjugando Franca' na escola

Paulo Gimenes chega a várias escolas públicas e particulares de Franca, mostrando ícones da cidade para alunos do Ensino Fundamental

28/09/2019 | Tempo de leitura: 4 min

Paulo Gimenes
Paulo Gimenes

Músico, compositor, escritor de forte apelo popular, Paulo Gimenes é artista multimídia cuja obra revela muitas vezes traços líricos no resgate das memórias francanas. Este ano ele chegou às escolas públicas e particulares de nossa cidade com “Conjugando Franca”, hino que louva o espaço urbano naquilo que ele tem de emblemático para os aqui nascidos, criados ou chegados. Para falar dessa experiência e de sua carreira marcada pelo entusiasmo, o Comércio ouviu o autor de “Poemas para cantar, músicas para ler- Livro-CD , 2010”;” MCB- Música Cidadã Brasileira-CD- 2012” ; “O Poeta Cantadô- Uma Odisseia Caipira- Livro/CD-2014”; “MCB- Música Cidadã Brasileira II-CD/DVD”.

Comércio- “Conjugando Franca” chegou às escolas e está enriquecendo projetos que colocam o aluno do quarto ano do ensino fundamental em contato com a cidade onde ele vive. Como tem sentido essa experiência?
Paulo Gimenes- Dentre as agradáveis sensações que a arte tem me proporcionado, talvez esta análise mais detalhada a que é submetida a letra da canção “Conjugando Franca”, por vários alunos da cidade, seja uma das mais emocionantes. Além de ouvi-los cantar, o que já é uma emoção enorme pra qualquer compositor, testemunhei releituras, desenhos, versões da ¨Franca” de cada aluno; enfim, uma série de obras criadas a partir de habilidosos professores. Tudo extremamente gratificante.

Comércio- Você tem obras voltadas para a criança, no sentido de orientá-la quanto à sua cidadania. Elas também têm estado presentes em sala de aula?
PG- Após o lançamento de CD-MCB -MÚSICA CIDADÃ BRASILEIRA em 2012, um projeto que leva conceitos de cidadania através da música, minhas visitas às escolas, que praticamente aconteciam nas comemorações do aniversário de Franca, tornaram-se bem mais frequentes.

Comércio- Tem composto ultimamente?
PG- Sempre. Tenho um “banco de ideias” para onde vão todas as inspirações que chegam a cada momento, seja para canções, poemas, crônicas ou até mesmo esquetes teatrais. Depois, feito artesão, vou lapidando, modelando até chegar ao produto final para ser gravado, publicado, encenado, etc. Criar é como manter uma locomotiva em movimento; se parar, torna-se muito difícil colocá-la nos “trilhos” novamente. Para manter o “trem da criatividade”, abasteço sua caldeira com diversas expressões artísticas. Música, literatura e teatro são as principais.

Comércio- Tem alguma novidade brotando?
PG-Claro! Afinal de contas o “Trem da Criatividade” não pode parar. Estou finalizando o livro musical “CIDADANIA TODO DIA COM TIO PAULÃO MCB”. Este trabalho reúne literatura, desenho animado e música. Troquei o CD pela tecnologia digital, o QR CODE. Se tudo correr bem, sai no final do ano.
Comércio- Você vive de música?
PG- Não; vivo para a música, para a literatura, para a arte. Vivo para, através de meu talento artístico, deixar um mundo melhor. É claro que quando temos um aporte financeiro, podemos contratar profissionais ( músicos, atores, designers) que contribuem para que possamos apresentar um produto final da qualidade que meu público merece. Por enquanto estou satisfeito com o que minhas apresentações e minhas obras conseguem arrecadar.
Comércio- Como vê o panorama cultural no Brasil neste momento?
PG - Muito preocupante. Embora tente manter o otimismo, acho que a sociedade consome pouca cultura e muita porcaria. Na música isto fica bem claro. Recentemente recebi uma relação das músicas mais executadas em 2018 e constatei com muita tristeza que o funk e o sertanejo universitário dominam esta lista. Culturalmente não trazem nada; pelo contrário, apresentam melodias pobres e repetitivas e quanto às letras ...melhor nem comentar. O pior é que tem muita gente fazendo música boa por aí, mas a Ditadura da Boçalidade ( este termo é meu) relega estas obras a um quase ostracismo.

Comércio- A música deve estar na escola pública?
PG- Mas é claro, desde que não seja representada pelas campeãs que citei acima (risos). A música, em particular as letras, foi para mim fonte de muito aprendizado. Compositores como Belchior, Chico Buarque, a Turma do Clube da Esquina, Oswaldo Montenegro constituíram agradável fonte de sabedoria. Todas as expressões artísticas, não só a música, são as maiores provas da evolução humana, atuando junto a outras ciências ( Matemática, Português, História, etc) como garantias para que esta evolução continue.

Comércio- Como vê a influência da música entre crianças e adolescentes?
PG- Uma boa música auxilia crianças e adolescentes a lidarem com a complexidade da vida. É ferramenta de comunicação e quem se comunica melhor sabe expressar o que quer. Sobretudo, sabe entender o que o outro quer. Com melhor entendimento de si, diminuem-se os conflitos, o mundo fica mais humano.
  

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