LITERATURA

Tudo pela natureza


| Tempo de leitura: 3 min
 Obra em formato de entrevista e ilustrada com fotos bonitas  presta  homenagem ao ambientalista Zé Moreno, conhecido em Pedregulho e região pela defesa da natureza
 
 
Comércio da Franca- Sabemos que todo escritor nasce com dom para a escrita. Mas nem todos publicam. Como você se tornou autora? 
Cirlene- Com o estímulo de Carlos de Assumpção e de Marlene Becker publiquei Aquarela. Depois vieram Canteiros, coletânea de poemas; Flor de Fogo, com poemas e alguns textos em prosa; o infantil Aninha, a menina dos pensamentos que fazem cócegas e várias participações em antologias com escritores francanos. Tenho outro  livro de poemas gestando à espera  de oportunidade para nascer, intitulado De amores e amoras. 
 
Comércio- Mas parece que a literatura sempre fez parte da sua vida.
Cirlene-  Sim. Na infância, as historinhas ouvidas pelos mais velhos  encantavam-me. Nos primeiros anos escolares, descobri os versos infantis de Francisca Júlia. Na adolescência, aprendi com uma amiga a escrever meu diário. Escrevia de maneira tão poética que meu cunhado certa vez disse-me que eu seria escritora. 
 
Comércio- E como se vê agora, quando se tornou escritora?
Cirlene- Considero-me uma ‘treinadora’ de rabiscos, preparando-me, quem sabe, para nas próximas encarnações  ser escritora real. Sou eclética, escrevo poemas líricos e sociais. Prefiro trabalhar com as palavras de maneira simples, mas que o ritmo seja agradável. Os temas são variados:  infância, família, amizades, fatos corriqueiros observados, uma palavra interessante ouvida por acaso e uma necessidade vital de dizer com palavras o que sinto. 
 
Comércio- Como tem divulgado seu trabalho nesse tempo em que o  impresso está perdendo a batalha para o digital? 
Cirlene-  Cada livro editado é uma pequena conquista. Alegro-me quando professores trabalham com poemas meus  em sala de aula e depois me convidam para entrevistas. Tenho livros espalhados  pelos amigos até  fora do país. Um amigo virtual da Bahia faz vídeos declamando poemas meus e os posta no FACE. 
 
Comércio- Como vê a literatura em Franca?
Cirlene- Franca é um grande celeiro  de literatos. Estão surgindo novos, cheios de garra; porém, falta mais incentivo por parte dos governantes e  empresários quanto ao patrocínio de obras literárias. Os custos são altos. Não conheço escritor em Franca  que sobreviva  nesse  ofício. Espero que os francanos valorizem nossos escritores, que haja mais participação na cultura com projetos cada vez  melhores, pois a literatura entretém, enriquece e transforma as pessoas. Que as famílias leiam mais e incentivem o hábito da leitura nos filhos. 
 
Comércio- Fale um pouco sobre o lançamento de seu novo livro, que homenageia um ambientalista da região.
Cirlene- Zé Moreno é pessoa conhecida em Pedregulho e região. Ambientalista há várias décadas, sempre  alimentou o sonho de  estar presente em um livro sobre  proteção à natureza. Por várias vezes me pediu ajuda  para concretizar seu desejo.  Envolvida  em projetos inadiáveis, não pude atender, até que este ano reservei tempo para fazê-lo. Reuni o material disponibilizado por Zé Moreno, tivemos muitas conversas preparatórias e então dei corpo ao livro, prefaciado por Aloysio de Pádua, doutor em Ecologia. Amigos  que vem dedicando suas vidas a falar de sustentabilidade participaram com depoimentos, como o ecologista Antonio de Pádua, o Padinha, e o médico Wagner Deocleciano Ribeiro. A escritora Marlene Becker  fez a apresentação da obra e do homenageado. 
Dividi o livro em capítulos que  contemplam a biografia do ambientalista;  uma pequena história sobre Pedregulho para contextualizar a luta pela preservação do  “Parque Estadual Furnas do Bom Jesus”; a descrição do Parque; depoimentos de amigos, familiares e ex- colegas de Zé Moreno; um  pouco de conscientização sobre  meio ambiente e sustentabilidade. Aproveitei pequenos textos dele, entrevistas em vídeos, reportagens e montei como de fosse  uma entrevista Pinga-Fogo. O livro traz ainda  ilustrações lindas e, na capa, tela de Antônia Ravagnani.  Em síntese, é homenagem  a uma  pessoa incrível.  
 
Comércio- Quando acontece o lançamento?
Cirlene- Será no próximo dia 13, sexta-feira, às 19h30, na Casa da Cultura de Pedregulho. 

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