Estranho silêncio


| Tempo de leitura: 3 min

O tema é ignorado por vereadores, pelo prefeito e pelos deputados. Mas, na hora que a torneira secar e sobrar para a população, os políticos vão fazer barulho.

Apresentado pela Sabesp como garantia do abastecimento de água em Franca para os próximos 40 anos, o sistema de captação no rio Sapucaí-Mirim se transformou em uma interminável novela.

A obra teve início em setembro de 2012 e deveria ter ficado pronta em 2014. Quase cinco anos da data prevista para a entrega já se passaram e os serviços seguem parados. Não há previsão de quando as bombas vão jorrar água.

Não estamos falando de um investimento qualquer. Inicialmente, o sistema foi avaliado em cerca de R$ 160 milhões. Diante de tantos atrasos, o valor será corrigido. Não é preciso ser muito inteligente para adivinhar quem vai pagar esta conta. Se não entendeu, eu desenho: nós, os consumidores.

Me estranha o silêncio e a complacência dos nossos políticos com a Sabesp. Até aqui, Deus tem ajudado e raramente falta água. Mas, não é recomendado ficar contando só com a força divina.

Cobrei a Sabesp. Em nota, a empresa disse que a obra é um projeto que antecipa em décadas o atendimento às necessidades do município. ‘Sendo assim não se trata de obra emergencial e o seu andamento atual não traz qualquer risco para o abastecimento local‘. Espero que eventual seca ou pane na captação do rio Canoas não mostrem o contrário.

A Sabesp informou que foram contratadas duas empresas. ‘A primeira parte, de obras lineares, teve 72% de execução, porém houve paralisação por parte da empresa contratada em abril de 2016. Em virtude disso, o contrato foi rescindido unilateralmente pela Sabesp. A questão está na câmara de mediação e arbitragem aguardando sentença‘.

A segunda parte, referente a obras localizadas, encontra-se em andamento, com 99% de conclusão. A entrada em operação das obras dependerá da retomada e conclusão das obras lineares.

Viagens misteriosas: O prefeito Gilson de Souza (DEM) comprou briga desnecessária com a Câmara ao vetar projeto do vereador Adermis Marini (PSDB) que determina a divulgação do relatório das viagens feitas por servidores da Prefeitura. O veto deve ser derrubado e o prefeito questionado se tem algo a esconder com suas constantes viagens.

Fraude em licitações: A Justiça de Igarapava condenou os irmãos e ex-prefeitos Carlos e Sérgio Augusto Freitas, três funcionários municipais e três empresários que formaram organização criminosa para fraudar licitações por meio do uso de documentos públicos falsos e usurpação de função pública. Carlos foi condenado a 14 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e a 36 anos e dois meses de detenção, em regime inicial semiaberto. Sérgio foi sentenciado a 13 anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial fechado, e a 26 anos e seis meses de detenção, em regime inicial semiaberto.

Mandante de assassinato: No ano passado, Sérgio foi condenado pelo Tribunal do Júri de Franca como mandante do assassinato do então prefeito de Igarapava, Gilberto Soares dos Santos, o ‘Giriri‘. Ele foi condenado por homicídio triplamente qualificado e pegou 30 de cadeia em regime fechado.

Habemus terremoto: Franca teve até terremoto, mas não consegue fazer uma simples Expoagro. Nem o passeio para Restinga.

Patente alta: Meu amigo e companheiro de suco de laranja, major Araújo, foi promovido a tenente coronel. Deve assumir o comando do 15º Batalhão da PM.

É verdade este bilhete: O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e a professora Joana D’Arc Félix foram companheiros de turma no curso de doutorado em Harvard. Na época, eu era assessor de imprensa da conceituada universidade americana.

 Edson Arantes

Jornalista
edson@comerciodafranca.com.br

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários