Venda do Regional

Após a tentativa fracassada de venda do Hospital Regional para a Unimed, agora as notícias informam da venda para o Grupo São Francisco, de Ribeirão, inclusive com aprovação do

09/03/2019 | Tempo de leitura: 2 min

Após a tentativa fracassada de venda do Hospital Regional para a Unimed, agora as notícias informam da venda para o Grupo São Francisco, de Ribeirão, inclusive com aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade. Independentemente das questões jurídicas legais, que a nosso ver, o Cade não observou, não queremos aqui abordar o lado técnico jurídico, mas, sim ,a questão da cidade de Franca e principalmente da questão do poder sedutor que o dinheiro exerce sobre algumas pessoas, esquecendo-se do trabalho de toda uma comunidade em prol de seus cidadãos.

Na outra tentativa de venda, questionamos o Cade quanto à venda, pois representava claramente uma dominação de mercado. No presente caso, Grupo São Francisco, entendemos que o Cade, poderia aprovar, mas com as restrições cabíveis no sentido de mitigar os eventuais efeitos nocivos do ato de concentração sobre os serviços de saúde de Franca e Região, o que não foi efetuado e nada está garantido para o futuro dos médicos, enfermeiros, trabalhadores em geral do Hospital Regional e dos conveniados, pois tudo será uma “grande surpresa”.

Também nos surpreende que os órgãos de defesa da cidadania, não tenham se manifestado junto ao Cade, para tomarem ciência de como será a venda e como serão os serviços dali para frente, pois dizem que os conveniados não terão prejuízos, mas da outra vez (Unimed) antes mesmo da concretização do negócio vários atendimentos e serviços foram transferidos para um só local da empresa adquirente que não tinha capacidade física para atender a todos. Esperamos que junto a Agência Nacional de Saúde Suplementar, pelo menos o Ministério Público Federal acompanhe a venda e o respeito aos direitos dos conveniados.

Como dissemos, outro ponto a ser abordado é a falta de visão da direção que, conforme demonstra os seus balanços, o Hospital Regional é lucrativo, porém nos últimos anos seus diretores só pensam e trabalham para a venda do mesmo que, nos parece, se tornou uma obsessão. Porém ao pensar somente no retorno financeiro que terão de imediato esquecem-se de pensar no futuro, pois estarão submetidos à direção de outros que desconhecem nossa realidade e poderão forçá-los a trabalharem de outra maneira, com valores talvez defasados e os atuais proprietários do Hospital Regional, futuros empregados da empresa adquirente, se quiserem ter um local para clinicarem em Franca, terão que se submeterem às novas regras impostas pelo Grupo São Francisco e quem não estiver satisfeito que busque seu caminho, pois foi assim que ocorreu em outras negociações similares.

Enfim, é com tristeza que vemos o Hospital Regional, idealizado por muitos, construído com muito suor, que superou dificuldades durante toda a sua existência, um orgulho de nossa cidade, ser tratado como apenas um ativo financeiro a ser revertido em dinheiro agora no presente e representando no futuro um grande prejuízo para todos.

 

Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com
 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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