Amanhã, segunda-feira, é dia de parte da equipe gestora da rede municipal de ensino se apresentar nas escolas onde vai trabalhar ao longo do ano. Coordenadores, orientadores, pedagogas e pessoal administrativo têm que arregaçar as mangas. Na semana que vem, juntam-se a eles os professores. Será hora de terminar os preparativos para receber os alunos que, a partir do dia 11, darão início ao ano letivo. Imagino que, habitualmente, nestas semanas que antecedem a chegada dos alunos, os diretores costumem aproveitar para conversar com todo mundo, analisar algum projeto, discutir detalhes sobre a atuação dos professores, coordenar o planejamento. Típico trabalho de equipe.
Mas, em Franca, não vai ser assim. Até agora, 27 de janeiro, ninguém sabe quem serão os diretores das escolas municipais. A pouco mais de dez dias do início das aulas, os professores simplesmente desconhecem a quem vão se reportar durante todo o ano. Não dá para entender, especialmente porque a questão dos cargos – um imbróglio que tem origem numa estrutura criada em 1995 – foi enfim resolvida, a duras penas e após muitos tropeços, no ano passado.
A lista, com as sugestões de nomes para comandar as mais de 40 escolas do município, foi preparada pela equipe do secretário Edgar Ajax Filho e entregue ao gabinete do prefeito há pelo menos duas semanas. Tarde, é fato – mas, pelo menos, foi encaminhada. Desde então, aguarda-se a aprovação de Gilson de Souza (DEM). Ou, eventualmente, alguma mudança que o prefeito deseje fazer, respeitados os critérios técnicos definidos por lei. Entretanto, apesar de todos os apelos feitos, a lista continua trancada no gabinete, à espera sabe-se lá do quê. Os pais e professores seguem sem conhecer as diretoras das escolas. E a população, fica sem entender porque uma demora tão grande para se chegar a uma conclusão.
As diretoras de escolas não são as únicas que aguardam uma definição do prefeito. Neste instante, a secretaria de Saúde segue sem titular, depois da inesperada e tumultuada saída de Rodolfo Moraes do comando da pasta, na tarde da última quinta-feira. Existem inúmeros desafios à espera de quem assumir o posto. O combate e prevenção à dengue, com mais de 400 casos suspeitos na cidade, é o mais urgente deles.
Vale o mesmo para a secretaria de Negócios Jurídicos, que segue sem titular, e para a chefia de Gabinete, igualmente acéfala. Não conheço um único caso de governo no mundo que funcione sem um chefe de gabinete, o responsável por fazer a máquina administrativa andar de acordo com a filosofia e o plano estratégico do mandatário. O chefe de gabinete é o gerente do prefeito. Em Franca, o gerente de Gilson de Souza é ninguém. Difícil imaginar que possa funcionar assim.
O ano será duro para o prefeito. Não é preciso ter os dons premonitórios do Pai Luciano, conhecido pai de santo da cidade, para prever chuvas e trovoadas. Bom senso deveria ser suficiente. Há muitas questões que se arrastam há tempo demais. Há inúmeros problemas que precisam ser enfrentados. Há toda uma cidade que depende, direta ou indiretamente, das definições do prefeito. Gilson de Souza precisa decidir. Para um lado, ou para o outro. Ninguém aguenta mais esperar.
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