Um ano quase impossível


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O ano, finalmente, terminou. Estamos nos instantes finais de 2018. Ainda bem. Decididamente, é mais um ciclo que se fecha sem deixar saudades, mesmo considerada a ligeira recuperação da economia e uma modesta retomada do nível de emprego. De resto, foi um ano de imensas dificuldades, daquelas que se apresentam de forma tão grande e desafiadora que chegam a abalar nossas mais íntimas convicções. E, não raro, chacoalham junto a autoconfiança, aquela sensação interna que cada um carrega - uns mais, outros menos – e é fundamental para nos impulsionar rumo às vitórias e à sempre necessária superação. Sem sólidas convicções e autoconfiança, dificilmente qualquer um chega a um bom lugar. Exatamente por isso, 2018 pareceu a tanta gente, a mim inclusive, um ano impossível. Ou quase.

Aqui no Comércio, tivemos que lutar contra gigantescos desafios. A mesma crise que representa um grave problema para os mais diversos setores da economia foi devastadora para a mídia, como um todo, e a impressa, em particular. Já afetada há anos por mudança do comportamento do leitor em todo o mundo, o que levou a transformações radicais no modo como se faz jornal, a mídia impressa, cuja principal receita vem da publicidade, sofreu profundamente com a retração de anunciantes. Não há ponto fora da curva. Todos os jornais e revistas, independente do seu tamanho, estão na mesma armada, enfrentando a tormenta que não cessa. Cada um maneja seu barco e arruma as velas da melhor maneira possível para alcançar tempo limpo o quanto antes. Mas fácil não é. Nem de longe.

Além disso, aqui em Franca temos que enfrentar forças silenciosas que operam na escuridão, com o firme propósito de calar o Comércio, utilizando para isso os mais torpes e execráveis expedientes. São alguns empresários e políticos que, incomodados com a postura de independência do Comércio ao longo das décadas, não se conformam em não serem sempre elogiados, não aceitam a crítica por comportamentos duvidosos, não toleram a vida democrática. Querem decidir, alheios ao interesse da maioria, o que se pode ou não fazer em Franca. Quem pode ou não se destacar. Para eles, o Comércio, que jamais compactuou com quaisquer grupelhos, é um problema e tanto. Dá-lhe, então, os “protestos” patrocinados por cerveja e churrasco, as “denúncias” ineptas e vazias baseadas no patético e covarde “ouvi dizer”, os boatos anônimos lançados nas correntes de Whatsapp, as reuniões nem tão secretas com objetivos prá lá de espúrios.

Ninguém ultrapassa um século de história, como o Comércio, se não tiver força, mérito e raízes muito profundas. Neste terrível 2018, fizemos o impossível. Resistimos a uma crise profunda. Sobrevivemos a muitos que querem nos calar. Insistimos porque nossa missão, há 103 anos, é muito maior do que qualquer obstáculo. Existimos para lutar por nossa cidade, pela melhoria da vida de todos, pela construção de um futuro melhor, sempre respeitando quem pensa diferente.

Tomamos decisões difíceis, nos adaptamos a um novo cenário que exige rápidas transformações. Temos muito ainda por fazer, inúmeros desafios a superar, e, à medida que 2019 se aproxima, reforça-se em mim a convicção de que estamos nos aproximando de um novo ciclo de avanços e conquistas. Vai dar trabalho, mas vamos vencer. Sempre, com união, trabalho duro, gratidão e fé. Feliz Ano Novo!
 

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