Ela

Comprei, mas ainda não tive oportunidade de ler, o livro Vitória, (e não Victoria) de Júlia Baird

15/12/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Comprei, mas ainda não tive oportunidade de ler, o livro Vitória, (e não Victoria) de Júlia Baird, atraída pelo título que me promete possibilidade de conhecer pouquinho mais da personagem histórica pela qual sou tão fascinada que, nas férias em Londres, procuro refazer os trajetos que ela fez pelos parques, palácios, ruas, no desejo de vê-la a qualquer instante, com oportunidade de lhe perguntar muita coisa. Lá estando, não perco exposições sobre ela, como a permanente de Kensington Palace, local onde Victoria nasceu, ficou confinada a infância inteira, foi declarada rainha aos dezoito anos, morou com Albert. Estão lá, entre outros tesouros, seu vestido de casamento – branco, cor que ela escolheu e que contrariava o protocolo da época. Seu uso tornou-se tradição que perdura ainda hoje, quase que no mundo inteiro. Victoria media 1,50 m! Já fui a Osborne House, na Ilha de Wight, antes local de veraneio, para onde ela mudou, após morte prematura de Albert. Somente voltou a Londres, porque se viu obrigada a enfrentar opositores do seu governo que intencionavam tomar-lhe o trono. Ali ela também morreu, após 40 anos de viuvez.

Nos muitos livros e filmes que vi sobre Victoria, sempre estive em busca de uma única resposta: como aquela menina de 18 anos, num mundo absolutamente masculino, ganhou forças para comandar um império, fez escolhas com total autonomia, não se deixou subjugar pelo marido, ou por qualquer outro homem, tomou decisões que afetaram os rumos da história humana, teve nove filhos, superou perdas, enfrentou a opinião alheia – inclusive dos descendentes mais próximos da sucessão quando, já idosa, fazia valer suas opiniões e decisões sobre a daqueles que a reprovavam e olhavam cobiçosamente para o trono que herdariam. Os dados de sua biografia são impressionantes. Nasceu em 1819 e morreu em 1901. Foi rainha da Inglaterra e Irlanda, Imperatriz da Índia. Reinou quase 64 anos. Ela e Albert tiveram nove filhos e 42 netos. Devido ao costume de casamentos endogâmicos na realeza, seus descendentes se casaram em outras monarquias européias, assim o sangue deles está espalhado em famílias reais de quase toda a Europa. Tantos vínculos, lhe garantiram o título de “a avó da Europa”. Deles descendem Alexandra, a última czarina russa, a rainha Elizabeth II e o príncipe Philip.

Não sou contrária aos movimentos feministas modernos, mas ao tomar conhecimento de seres como a Rainha Victoria, mulher, mãe, profissional, vida social intensa, cumpridora de protocolos, ativa e decidida, começo a achar a expressão “empoderamento” mais ridícula ainda. Minha mãe foi também um grande exemplo do até onde vai uma mulher quando se determina a alcançar algum objetivo, idem minhas avós. Mulher é corajosa, forte, brava. Não precisa aprender a sê-lo, precisa externar o que sente. Sem muito tempo agora, estou na fase de acariciar a capa do livro. Deixei para saboreá-lo em janeiro, nas minhas férias. 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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