Daniela Poppi, Procuradora da República, morre vítima de câncer aos 44 anos


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O corpo de Daniela Poppi foi sepultado no Cemitério Santo Agostinho
O corpo de Daniela Poppi foi sepultado no Cemitério Santo Agostinho
A procuradora da Repú-blica, Daniela Pereira Batista Poppi, 43, morreu em São Paulo no final da tarde de segunda-feira. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês e morreu em decorrência de insuficiência respiratória. Há anos, a integrante do Ministério Público Federal lutava contra o câncer.
 
Natural de Franca, Daniela fez o ensino primário, hoje fundamental, na Escola Estadual Caetano Petráglia e o ensino médio na Escola Júlio Cardoso, junto com o curso de técnica em contabilidade. Formou-se pela Faculdade de Direito de Franca. Foi aprovada em concurso para a Promotoria de Justiça de São Paulo, onde ficou alguns meses. Em seguida, entrou para o Ministério Público Federal. 
 
Daniela Poppi assumiu o cargo de procuradora da República em Franca em 2007. Responsável por resguardar os interesses do governo federal na cidade e região, ela afirmou em entrevista ao Comércio que havia nascido para exercer o cargo. Entre outras responsabi-lidades, investigava o uso de verbas federais e crimes como tráfico de drogas e falsificação de dinheiro.
 
Em 2009, ganhou projeção nacional ao comandar a "Operação Quilate", que desmantelou uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal de pedras preciosas em Franca. Nas primeiras horas do dia 12 de agosto daquele ano, Franca foi o principal alvo de uma mega ação da Polícia Federal deflagrada em cinco cidades para combater o comércio ilícito de diamantes.
 
Batizada de Quilate, que é a unidade de peso do diamante e de outras pedras preciosas, a operação contou com a participação de 140 policiais federais que saíram às ruas para cumprirem 31 mandados de busca e apreensão e dez de prisão preventiva em Franca, São José do Rio Preto, Frutal (MG), Uberlândia (MG) e São Paulo.
Quase sete anos após, a Justiça julgou os envolvidos no esquema ilegal de extração e venda de diamantes e na rea-lização de operações de câmbio não autorizadas. Dos 25 réus acusados de integrarem a organização criminosa internacional, 16 foram condenados. 
 
Em 2011, Daniela Poppi atuou em outro caso de repercussão nacional. Ela processou 15 pessoas para que devolvessem R$ 2,7 milhões aos cofres públicos federais. Elas são acusadas de formar um grupo para desviar recursos do Programa Farmácia Popular do Brasil. As fraudes apuradas teriam ocorrido entre outubro de 2007 e setembro de 2010 e envolvem quatro farmácias de Franca.
 
A procuradora teve que se afastar de suas funções por causa do câncer. Em 2014, Daniela concedeu entrevista à pastora Wânia Arantes, no Impacto Rosa, e falou sobre o luta contra o câncer de ovário descoberto um ano antes. "Eu i-maginei que a doença estivesse no começo e que fosse fácil de debelar, mas, não, já estava em estado avançado e tinha metástase. Foi um momento muito complicado. Fiquei aterrorizada sem saber o que fazer. Atravessei a tempestade ao lado do senhor, o que me deu muita força. Estou bem, estou curada e terminei o tratamento".
 
Após um período de apa-rente controle, a doença retornou com mais intensidade e ela teve que se afastar novamente do trabalho. Na última segunda-feira, a procuradora não resistiu à batalha. O corpo de Daniela Poppi foi velado na Igreja Batista, localizada na avenida Santa Cruz, 1.936, e sepultado às 16 horas no Cemitério Santo Agostinho, com trabalhos da Funerária Francana. Ela deixou marido e um filho.

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