Muitos turistas e moradores de Rifaina se surpreenderam no fim de semana com a represa de Jaguara esvaziada, em plena temporada de chuvas fortes na região. A cena chamou a atenção e atingiu a orla da prainha artificial e ranchos no domingo, 18. Nesta segunda-feira, 19, pelas redes sociais, as fotos também causaram espanto.
“Represa de Jaguara chega ao seu volume mais baixo de água e causa transtornos. Vale ressaltar que o reservatório foi criado para geração de energia e pode oscilar, tanto para cima, quanto para baixo o seu nível que está diretamente ligado ao Operador Nacional do Sistema - ONS”, escreveu o grupo Turismo Rifaina, no Facebook.
Pelas fotos, é possível ver um grande número de embarcações, entre lanchas e motos aquáticas encalhadas no barro. Na praia de Rifaina, vários “estacionamentos” de embarcações também ficaram na lama. “Isso está sendo constante. Somente nos finais de semana e feriados. Quando é na segunda-feira, o limite da água na represa fica bem alto”, escreveu um seguidor do Turismo Rifaina.
Foto: WhatsApp GCN

Apesar do impacto causado pelas imagens e comentários na internet, a companhia Engie, que é responsável pela Usina Hidrelétrica Jaguara, considera o fato normal. “A situação atual é regular, já que a faixa operativa no reservatório de Jaguara oscila entre o máximo normal de 558,50 e o mínimo operativo de 555,50 m. A oscilação nos níveis do reservatório varia conforme as condições hidrológicas e a programação do ONS”, explicou Rogério Suematsu, gerente da usina.
Ainda segundo a empresa, a medida foi tomada para atender a uma solicitação do ONS. “No sábado, 17 de novembro, por exemplo, o nível do reservatório alcançou 556,08 m. Hoje pela manhã o nível estava em 556,04m, sendo que no decorrer do dia deve apresentar uma recuperação mais significativa, perto de 557,00m”, esclareceu a Engie, via assessoria de imprensa.
Para quem vive em Rifaina, as imagens não são novidades. “Está voltando a subir. A ONS requisitou uma demanda maior de energia e tiveram que gerar mais energia. Aí a represa abaixou. Acontece que o pessoal está acostumado com a represa só cheia, quando vê ela assim estranha. Amanhã (terça) ela já vai estar cheia de novo”, disse Ernani Baraldi, empresário do ramo de turismo em Rifaina, que esteve na usina Jaguara na tarde desta segunda-feira.
Foto: Ernani Baraldi/Turismo Rifaina
A Usina Hidrelétrica Jaguara na tarde desta segunda-feira, 19.
‘DONA’ DA USINA
Arrematada em um leilão, no final de setembro, por R$ 2,1 bilhões, a Usina Hidrelétrica Jaguara (424 MW), localizada entre os municípios de Rifaina e Sacramento (MG), é administrada pela Engie. A companhia francesa é, desde o último dia 29 de dezembro, responsável pela operação e manutenção da usina, que antes era operada pela Cemig.
De acordo com o presidente da Engie, Eduardo Sattamini, o foco da operadora é na sustentabilidade. Segundo ele, a empresa tem por objetivo tornar-se líder desse novo mundo da energia ao priorizar três atividades-chave para o futuro: baixa produção de carbono, especialmente a partir do gás natural e energias renováveis, infraestruturas energéticas e soluções eficientes adaptadas para as necessidades de todos os seus clientes.
“A Engie é a maior produtora privada de energia elétrica no País. Manteremos aqui o DNA da companhia, que é se inserir de maneira harmoniosa onde estiver, prestar um serviço de qualidade e direcionar recursos para ações sociais, além, é claro, de manter uma parceria com a comunidade”, disse Sattamini.
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