Campanhas eleitorais

Caro leitor, desde o início do ano as eleições passaram a fazer parte de nossa agenda cotidiana, adentrando agora nas últimas semanas

11/09/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Não será difícil achar a semelhança entre uma eleição e uma mágica: avultam em ambas as visualidades e tramóias
Machado de Assis
 
Caro leitor, desde o início do ano as eleições passaram a fazer parte de nossa agenda cotidiana, adentrando agora nas últimas semanas de campanha eleitoral. Diante deste debate é que o eleitorado vem se posicionando e efetuando as suas escolhas, no sentido de decidir o seu voto. Infelizmente, é no horário eleitoral gratuito e nas pesquisas eleitorais que erroneamente a grande maioria dos eleitores se orienta para decidirem os seus votos.
 
No horário gratuito de propaganda eleitoral, os eleitores são facilmente manipulados, principalmente pelo tempo desproporcional o que não é democrático. Os candidatos que possuem um tempo maior no rádio e na TV, mostram cidadãos simples, de vida difícil e até choram. Adapta o horário eleitoral aos limitados conhecimentos da maioria dos cidadãos. Utilizando-se desta fórmula, oferecem aos eleitores apenas mecanismos fáceis de interpretar e julgar o momento político a favor de seus “clientes”, digo candidatos. Agora os candidatos com poucos segundos mal têm tempo de falar seus nomes. Interessante que eleitores assistem a ataques sem que sequer apareça a sigla do partido que o faz, ou seja, o Partido denunciante sequer tem a coragem de assumir tais acusações e o pior é que eleitores acreditam naquilo sem se questionar por que o partido faz denúncias e não as assume perante o eleitorado.
 
Quanto às pesquisas eleitorais, trata-se de um dos temas mais polêmicos, como já escrevemos em outros artigos, principalmente em relação àquelas pesquisas divulgadas poucos dias antes do pleito eleitoral. E as pesquisas têm efetivamente o poder de influenciar os eleitores ainda indecisos e deveriam ser proibidas no mínimo quinze dias antes das eleições. Em nosso país ainda há uma agravante, que é o fato do voto ser obrigatório, pois assim inúmeros cidadãos somente vão às urnas por obrigação legal e não pelo exercício pleno da cidadania.
 
Na atual campanha, o que o eleitor menos atento ainda não percebeu é que a maioria dos candidatos são ligados ao governo e se dizem oposição, por exemplo: a coligação PT/PMDB é que está no governo através do seu vice; um ex-ministro por mais de dez anos agora diz que vai resolver os problemas; outro candidato pertence à base que deu sustentação para que o governo atual chegasse até aqui mesmo diante de tantas denúncias e desmandos, agora diz que é totalmente contrário à política adotada; outros foram ex-ministros, senadores, ex-deputados etc. E a maioria não assume publicamente suas posições diante de temas complexos e polêmicos.
 
Infelizmente mais uma campanha do faz de conta, como bem disse Machado de Assis de “mágicas e falcatruas”.
 
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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