O milagre da fé

Um instigante fato acontecido em Franca tem provocado um intenso debate na web.

15/07/2018 | Tempo de leitura: 3 min

Um instigante – e, no mínimo, curiosíssimo – fato acontecido em Franca nesta última semana tem provocado um intenso e apaixonado debate nas redes sociais. Os detalhes da história foram revelados pelo Comércio na sua edição deste sábado. Uma ministra da Eucaristia, uma senhora de 72 anos, saía de carro de sua casa, na Santa Rita, para visitar um doente, quando um incêndio teve início na parte frontal do veiculo. As chamas se propagaram rapidamente. 
 
Os bombeiros chegaram logo, ninguém ficou ferido mas não havia mais o que fazer - o veiculo havia sido completamente destruído, especialmente o interior, com uma única e misteriosa exceção. Sobre um dos bancos, uma teca (recipiente usado para transportar hóstia), um folheto com uma oração e um terço resistiram de modo improvável às chamas. Difícil não se surpreender com a imagem que mostra os objetos religiosos, que seriam levados ao homem enfermo, intactos sobre o banco completamente queimado. Milagre? Ainda é muito cedo para dizer, mas a diocese de Franca abriu uma investigação para apurar o caso.
 
Do outro lado do mundo, na Tailândia, a semana marcou o fim da terrível agonia dos garotos do time de futebol “Javalis Selvagens”, presos juntos com seu técnico numa caverna alagada por longos e dramáticos 18 dias. Do instante em que foram surpreendidos pela enxurrada e isolados dentro da caverna escura, sem praticamente nenhum alimento ou água, na tarde de sábado, 23 de junho, até serem encontrados por uma equipe de mergulhadores britânicos na segunda-feira, 2 de julho, se passaram 9 dias. 
 
Durante este tempo todo em que permaneceram sepultados vivos, centenas de metros abaixo da superfície, quilômetros adentro do rochedo, nada indicava que a ajuda estava a caminho. Ainda assim, o grupo resistiu, dividindo o escasso lanche que tinham levado consigo, bebendo água que pingava das paredes e esperando por um improvável resgate. O grupo estava a cinco horas de mergulho da entrada da caverna. As águas eram tão turvas que a experiência foi descrita como “nadar em café”. Dizem os mergulhadores que só conseguiram encontrar os meninos pelo cheiro. Milagre? Ninguém pode afirmar, mas todos reconhecem que as horas de meditação diárias que o técnico mantinha com seus alunos durante os nove dias de espera pelo resgate – e pelos nove dias seguintes até que conseguissem sair de lá – foram fundamentais para potencializar as chances de êxito.
 
Milagres, ou qualquer fato extraordinário que aconteça sem uma explicação racional possível, são sempre eventos impactantes. Mas, pessoalmente, me emociono ainda mais com a fé. Um bom exemplo é o que faz uma senhora destinar seu tempo e sua energia para oferecer conforto e ajuda para quem precisa, sem cobrar, sem pedir nada em troca, como fazia essa moradora da Santa Rita, que não quis nem mesmo se revelar depois do episódio que protagonizou. É discreta, altruísta – e ponto. Ou o técnico tailandês, que deixou de comer para distribuir sua “ração” entre os meninos do seu time, que meditava enquanto esperava por ajuda, que mantinha a esperança quando a razão indicava que o fim havia chegado. Talvez esteja na simples existência da fé, esta crença poderosa naquilo que não se pode ver nem explicar, o mais profundo sentido do milagre.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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