Há aproximadamente um ano, cinco irmãs, separadas após uma tragédia familiar há mais de duas décadas, se reencontraram na sede do Comércio da Franca. Milena, Cleir, Elenice, Sirlene e Lídia foram separadas em 1993. Morando na época no Jardim Santa Bárbara, zona Sul de Franca, as irmãs foram testemunhas do crime que o pai, o pedreiro Milton Pereira, 38, cometeu contra a mulher, Maria da Glória da Silva, 29. O casal tinha cinco filhas entre 1 e 9 anos, que assistiram ao espancamento que terminaria na morte dos dois. Com golpes de machado, o homem matou a mulher e se enforcou com um fio de nylon.
Após o crime, cada criança foi para um caminho diferente, sendo criadas por tios e uma madrinha. Com a mudança, perderam praticamente todo o contato. Se reencontraram 24 anos depois do crime, após a Justiça acionar uma das irmãs para se defender como herdeira de um processo de usucapião movido por uma mulher que mora na casa de seus pais.
Com 34 anos, a doméstica Sirlene é a mais velha das irmãs. Elenice, que está desempregada, tem 31; Cleir, que atualmente estuda psicologia, tem 30; Lídia, que trabalhava como gari, tem 28, e Milena, a mais nova com 26 anos, mudou-se para Ribeirão Preto, onde trabalha com telemarketing.
Após o reencontro no ano passado, que contou com uma infinidade de abraços, lágrimas, sorrisos, histórias e emoção, as irmãs afirmam que o que mais mudou foi o fato de terem se tornado uma verdadeira família. “Hoje temos um contato constante, nos falamos praticamente todos os dias. O vínculo, afeto e a união é enorme. Passamos pela mesma tragédia, nos separamos devido às circunstâncias, mas o amor sempre esteve presente em nossos corações”, disse Lídia.
“Cada uma se ajuda da forma que pode. Passamos por momentos bons e ruins e agora podemos nos apoiar. Sou a mais velha, muitas vezes sobra para eu dar uma bronca, um puxão de orelha, mas é tudo feito com amor. A tragédia que nos separou, agora acabou nos unindo. Tomamos rumos diferentes, só que no fim estamos todas juntas e me orgulho da trajetória de cada uma”, completou Sirlene.
“Antes me sentia extremamente sozinha, sem ninguém para me apoiar nos momentos difíceis ou alguém para se alegrar comigo nos bons. Hoje tenho isso, tenho uma família, temos a mesma história de vida, nos entendemos e nos amamos. O reencontro foi muito importante e agora mantemos o vínculo e pretendo continuar assim sempre”, finalizou, emocionada, Elenice.
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