Comércio da Franca: 103 anos de muita história


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Dos seus primórdios artesanais e amadores ao centenário marcado pela tecnologia de informação de ponta e maciça presença audiovisual alinhada à internet. De semanário a um jornalismo cibernético em tempo real, a evolução do jornal Comércio da Franca se deu em linha crescente. Fruto de uma história de idealismo e trabalho, a publicação chega ao seu 103º aniversário afinada com a modernidade.
 
Acompanhe nesta e na próxima página a linha do tempo década a década das grandes mudanças registradas nesse jornal ao longo dos últimos mais de cem anos e sob o comando de diferentes diretores, cada um imprimindo a sua marca nesta que é uma das mais antigas publicações em circulação no Brasil.
 
Em 30 de junho de 1915, é fundado o jornal Commercio da Franca, por José de Mello, com gráfica anexa à Casa Mello, uma papelaria e livraria instalada na Praça Nossa Senhora da Conceição. O jornal é então, desde a sua fundação até o ano de 1935, semanal. A primeira fotografia é publicada no dia 4 de agosto do mesmo ano: na capa, um retrato do professor Amálio de Barros.
 
Em 1920, o jornal e a loja são vendidos para Vicente Paiva e Oscar Otaviano. A loja passa então a se chamar Casa Paiva.  
 
Em 1922, o conjunto casa comercial-jornal é novamente vendido. Ricardo Pucci e Alberto Rodrigues Alves são sócios até 1924, quando Pucci assume sozinho a gazeta.
 
Em 1929, passa a ter circulação bissemanal, às quintas-feiras e aos domingos. Na década de 40, aparecem as primeiras impressões coloridas em suas páginas, com o acréscimo da cor vermelha.
 
Alfredo Palermo, que já colaborava com o jornal, passa em 1944 a integrar a equipe de redatores.  
 
Em 30 de junho de 1949 são publicadas as primeiras páginas inteiramente coloridas, em comemoração ao 34º aniversário do Comércio da Franca. 
 
Em 1955, Alfredo Costa assume a direção da redação e torna-se proprietário, juntamente com Márcio Bagueira Leal e Jorge Cheade, e o jornal passa a circular diariamente, sempre de terça a domingo. É visível a modificação de sua linha editorial, saindo da esfera literária que até então predominara e apostando no noticiário, com manchetes de primeira página, ampliando assuntos ligados à política local e nacional. É o momento do pós-guerra e sua recessão econômica, bem como o fim da era Vargas, em agosto de 1954. É ainda sob a gestão de Costa, que o jornal assume o formato tabloide. 
 
Em 1964 ocorre o Golpe Militar, que daria início à perseguição política, veto à imprensa e censura aos meios de comunicação. O diretor Alfredo Costa é preso e interrogado duas vezes pela pela polícia política.
 
No mês de março de 1973, o jornalista Corrêa Neves compra o Comércio da Franca de Alfredo Costa e inicia um processo de transformações significativas no jornal. Adquire uma rotativa off set, com capacidade para 12 mil impressões por hora, o que deixa os linotipos e os trabalhosos clichês para trás e passa a agilizar a impressão do jornal. A máquina, importada dos EUA, é a primeira do interior paulista, sendo inaugurada em 11 de junho de 1974, no prédio da rua Ouvidor Freire. Laudo Natel, então governador do Estado, participa do evento. Corrêa Neves implementa um noticiário mais combativo. O nome do jornal ganha tons azuis e anúncios passam a ser impressos em três cores. De formato tabloide, desde o ano 1970, passa, em 1973, a circular em dimensões standard.
 
O colunismo social, tradicional nas retrancas do jornal, continua tendo espaço e boa aceitação, sob os cuidados de Sônia Menezes Pizzo, a Patrícia, no Socialmente Falando. Em 1974, outra coluna social é assumida por Augusta Pinho Caleiro, sob o título Augusta com Você e, mais tarde, Higininho Caleiro, filho de Augusta, se tornaria titular do espaço que passaria a levar seu nome.
 
Em 1978 é lançado o Balcão de Anúncios Classificados na sede da rua Ouvidor Freire. 
 
Em 1985, a redação trabalha com 15 profissionais. O jornal cresce e chega a circular com 22 páginas. Entre 1985 e 1995, Sonia Machiavelli assina a coluna TVendo, sob o pseudônimo Ana Carolina. Diadorim é o pseudônimo para assinar a coluna Ponto de Vista. Em abril de 1992, Corrêa Neves Júnior idealiza e cria o Caderno de Domingo, um suplemento que mesclava cultura e entretenimento. Em 1996, o jovem jornalista passa a atuar efetivamente na redação do jornal e, em seguida, lança o primeiro site do Comércio da Franca.  
 
Em 8 de março de 1998 é lançada a página Entrevista de Domingo. Em fevereiro de 1999 é publicada a primeira coluna Insight. Ambos os projetos também foram idealizados por Corrêa Neves Júnior. 
 
Em janeiro de 2000, nasce o caderno Clubinho, suplemento direcionado às crianças.
 
No dia 18 de agosto de 2005, Corrêa Neves morre, aos 77 anos. Corrêa Neves Júnior, até então com funções apenas editoriais, torna-se o principal executivo da empresa. Em junho do ano seguinte é inaugurado o 2º balcão de anúncios, na Av. Moacir Vieira Coelho. Joelma Ospedal, que começou a trabalhar no jornal em 1997, assume o comando da redação e se torna a primeira editora-chefe da história do Comércio. 
 
Em 2006 é criado o caderno Nossas Letras, por Sonia Machiavelli. A sede do jornal muda de endereço: passa a ocupar um prédio de 4 mil metros quadrados no Jd. Ângela Rosa. O novo parque gráfico é incrementado com a aquisição da impressora indiana Pressline, com capacidade para 30 mil exemplares por hora. Em 6 de setembro é inaugurada a nova sede com a presença do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que aciona a impressora pela primeira vez.
 
Em 2007, o Comércio vence o Prêmio Esso de Jornalismo. Em janeiro de 2007, o balcão de anúncios da rua Ouvidor Freire é transferido para o novo endereço na rua Padre Anchieta. São três, então, na cidade: o da Padre Anchieta, no Centro; o da sede, no Jardim Ângela Rosa, e o do Redentor, imediações do Leporace. O Núcleo de Projetos Especiais do Comércio, comandado pelo editor Leandro Ferreira, faz publicações de revistas temáticas, como Casar, Morar, Se Liga, Top Franca e Aniversário de Franca.
 
Pela primeira vez, o jornal faz cobertura de uma Copa do Mundo enviando profissionais de sua redação para a África do Sul. 
 
Em 2012 entra em cena um projeto gráfico totalmente reformulado, desenvolvido pela empresa espanhola Cases i Associats. Acompanhando a demanda por interatividade com o leitor, o ‘novo’ jornal estreia a seção Tô Puto, uma coluna que empresta voz para que o leitor possa fazer reclamações, denúncias e reivindicações. 
 
Em 2015, o jornal chega ao seu centenário. Uma edição especialíssima e uma grande festa marcaram a data.
 
A vitória de Corrêa Neves Júnior nas urnas, em outubro de 2016, levou a mudanças profundas na estrutura de gestão do Comércio. Diretor executivo do jornal desde 2005, Júnior dava a palavra final em questões editoriais, administrativas e estratégicas. Eleito vereador, decidiu afastar-se de todas as funções gerenciais antes mesmo de tomar posse. A responsabilidade da área editorial foi delegada a Joelma Ospedal, profissional experiente com uma trajetória de 20 anos na redação do Comércio, onde ingressou como repórter. Desde maio deste mesmo ano, Rodrigo Henrique de Oliveira, um dos mais conceituados executivos de vendas do interior paulista, voltou ao jornal após um breve afastamento de cinco meses. Rodrigo aceitou o convite da família Corrêa Neves para assumir a principal posição gerencial e estratégica, como diretor executivo. Dulce Xavier, outra veterana do jornal, assume a diretoria administrativa.

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