A greve dos caminhoneiros, a essa altura, já foi objeto dos mais variados comentários, porém gostaríamos de aqui comentar alguns pontos. A princípio o nosso país por questões políticas tornou-se totalmente dependente do transporte rodoviário, seguindo linha diversa de países desenvolvidos onde a malha ferroviária e fluvial têm grande participação no transporte de cargas. Há um ditado que diz que nunca se deve colocar os ovos em uma cesta só, pois se caírem fatalmente haverá um grande problema.
No Brasil o transporte ferroviário foi implantado de forma totalmente desordenada, bastando citar que as máquinas locomotivas não possuíam um padrão de medidas das bitolas, assim um trem não conseguia circular por todo o país, pois ao chegar a determinado ponto tinha que ser feita a chamada “baldeação”. Em síntese há que ser reestruturado todo o sistema ferroviário através de política pública padronizada e de longo prazo.
A greve demonstrou que temos um governo que não possui credibilidade, pois tudo o que promete e afirma, poucos acreditam. Além do mais é um governo que não possui sensibilidade social, acreditando que tudo se resolve com impostos, medidas provisórias e decretos, sem tomar nenhuma providência em sua estrutura arcaica, burocratizada, ineficiente e mal gerenciada. Dessa forma, os aumentos dos combustíveis que, em tese, causaram a paralisação dos caminhoneiros, nada mais é do que a insatisfação da população para com uma classe política de forma geral na União, nos Estados e nos Municípios que somente visam se beneficiar de seus cargos eleitorais e o povo que se “dane”.
Vimos um político dizer que os caminhoneiros “não tinham responsabilidade”. Ora senhor político profissional, quem tem demonstrado que não têm responsabilidade há décadas são vocês que deveriam sim cortar todo tipo de verbas de gabinetes e auxílios especiais. A propósito, a Transparência Brasil, sempre informa que os políticos brasileiros são os mais caros, os que mais gastam dinheiro público em todo o mundo. Passou da hora de acabar com tais privilégios e mordomias nos três poderes. Há que se ter menos burocracia e menos impostos incentivando a produção e o desenvolvimento de forma planejada com projetos de longo prazo.
Auditoria OAB: Nesse momento que se tenta passar o país a limpo, o Tribunal de Contas da União (TCU) quer colocar as contas da instituição sob fiscalização de seus auditores. É uma atitude esperada, pois uma autarquia federal que se intromete em tudo, que financeiramente sobrevive de cobrança obrigatória, compulsória, preserva eleição indireta, etc., deve sim prestar contas e realizar concurso público para seus cargos. Há um ditado que diz “Quem não deve não teme”. Assim a OAB, que exige transparência de órgãos públicos, igualmente não deve temer a transparência. A propósito quem deveria primeiramente exigir tal prestação de contas deveria ser os próprios advogados.
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com
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