
A sexta-feira, 4 de maio, marcou o encerramento da passagem de Carlos Ernani Constantino no Ministério Público do Estado. Após 27 anos atuando como promotor de Justiça, ele limpou as gavetas de seu gabinete, tirou o paletó e afrouxou o nó da gravata: chegou o dia de se aposentar. Um coquetel na sede do MP com colegas de trabalho, familiares e convidados celebrou a data tão esperada. Constantino seguirá dando aulas e trocará a acusação pela defesa.
Carlos Constantino iniciou a carreira como promotor substituto no 1º Tribunal do Júri em São Paulo e, depois, em Franca. Sua primeira entrância foi em Guará, onde ficou sete anos e cinco meses. Na sequência, ficou 13 anos e um mês em Ituverava. Passou os últimos cinco anos em Franca. Era o 5º promotor e atuava nas atribuições criminais perante a 1ª Vara Criminal. Também passou pelo júri. “Posso dizer que a missão foi cumprida. Fiz tudo aquilo que era humanamente possível fazer como promotor de Justiça. Estou deixando o Ministério Público com a certeza de que cumpri o meu dever”.
Constantino se emocionou ao receber os cumprimentos dos servidores do MP na sua festa de despedida. Disse que apesar de todas as dificuldades enfrentadas ao longo de três décadas atuando como promotor, o sentimento é de que a dedicação à carreira valeu à pena. “Foram 27 anos de alegria. É lógico que a função de promotor de Justiça tem seus espinhos, que é a acusação pública. Você é aquele dedo da sociedade que acusa o possível criminoso pedindo, se provado aquilo que estou falando, uma pena ao indivíduo, mas valeu muito à pena sim”. Ele avaliou que o saldo foi positivo. “Processei muitas pessoas durante minha carreira. Posso dizer com orgulho que, na grande maioria das acusações que eu trouxe perante ao juízo de primeira instância, minha pretensão foi acolhida e, depois, confirmada no Tribunal de Justiça de São Paulo, muitas confirmadas no STJ e no STF. Isso mostra que eu estava certo”.
Aposentado, sim. Parado, não. Professor de Direito Penal, ele continuará dando aulas na Faculdade de Direito de Franca. Depois de 27 anos acusando, Constantino trocará de lado e viverá a experiência de defender. “Tenho dois filhos que foram meus alunos na faculdade e que já estão advogando com pernas próprias graças ao bom Deus e com causas pequenas. Meu plano é fazer com eles uma sociedade de advogados e, assim, oferecer um outro lado, uma outra face da mesma moeda. Uma face tão verdadeira como a outra face”.
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