Há dias que nos dá um “baixo astral”, pois notamos que apesar de tudo e de todos os fatos, aparentemente, na vida em sociedade, tudo continua da mesma forma e nos sentimos impotentes no auxílio e na resolução de algumas mazelas da vida social. Analisando, vemos que aqueles cidadãos que desconhecem os meandros e as formas de como o Estado é conduzido politicamente, parecem estar felizes sem preocupações com nada, obviamente possuem seus problemas pessoais, mas vivem em um mundo de maravilhas, pois não pensam no interesse comum, nos que vivem ao seu redor. Por outro lado estudiosos parecem sofrer por conhecerem a verdade real da condução política da vida em sociedade.

 

Diversos sábios da Ciência, em todos os tempos, têm se manifestado sobre a “Ignorância” dos cidadãos. Dentre eles, destaca-se o nosso maior jurisconsulto, Rui Barbosa, que a respeito dela afirmou: “A chave misteriosa das desgraças que nos afligem é esta; e somente esta: a Ignorância! Ela é a mãe da servilidade e da miséria”. O ignorante estabelece critérios que desqualifica o conhecimento alheio em favor de sua falta de conhecimento. Ele faz idéias falsas sobre si e o mundo que o cerca, de forma errônea e deturpada. Ignorância é não saber, não querer saber e ignorar o conhecimento. A ignorância política está aflorada em nossa sociedade, pois todos falam, porém poucos gastam algumas horas estudando e pesquisando para compreender melhor o que se passa e como reverter tal situação. 

 

No corpo humano, a mente só é capaz de criar, fazer descobertas e orientar com acerto o comportamento das pessoas, se tiver gravados em seus neurônios conhecimentos positivos e sadios que irão dar suporte capaz de se comportarem positivamente. Não é acumulando e se condicionando com os péssimos exemplos que diariamente assistimos que vamos esperar melhores comportamentos das pessoas na vida em sociedade. Pelo contrário, os exemplos diários estão nos levando à falência total da ética, da moral, da decência, do respeito, da honestidade, da cultura e da própria sobrevivência; vide os exemplos de Sodoma, Gomorra, Nínive, Roma, e demais modelos de decadência punidos pelo desregramento dos seus costumes. Rui Barbosa também afirmou que: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus; o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto!”

 

Enfim, não podemos desanimar, devemos sim buscar uma educação de qualidade para a vida social, que elimine a ignorância, que por sua vez eliminará a ignorância política, caso contrário continuaremos a ser conduzidos por lideranças políticas de péssima qualidade.

Toninho Menezes

Advogado e Professor Universitário

toninhomenezes16@gmail.com