Existe o torcedor de basquete de ocasião, existe o torcedor “Nutella”, existe o torcedor “raiz”. E existe a dona Hilda. Ela é incomparável. Não por ocaso, é conhecida como a número 1, o símbolo de uma torcida fanática. Há 44 anos, acompanha os jogos do Franca Basquete. Exibe com orgulho documento comprovando que foi a primeira a aderir ao programa sócio-torcedor em setembro de 1999.
Hilda Couto da Silva tem 75 anos e se aposentou como funcionária pública do Estado. Era inspetora de alunos. Mãe de três filhos, é exímia costureira. Sim, claro, foi ela quem fez bandeira e o logotipo do Franca Basquete. É no ateliê que mantém em casa onde guarda um acervo, parte da história do basquete.
Dentro de uma caixa de papelão, ela guarda diversas camisas que ganhou de jogadores em épocas distintas, revistas, toalhas, mochilas, bola, boneco personalizado com seu nome, pôsteres e muitos exemplares de jornais relatando as conquistas do time. Em várias reportagens, Dona Hilda é a personagem principal.
Alguns itens merecem atenção especial: a cópia do contrato em que o nome dela recebeu o número 0001 de sócio-torcedor e a faixa de vice-campeão mundial, colocação conquistada pelo Franca em 1975. “Ganhei a faixa do ex-jogador Carlão, que fazia parte daquele time maravilhoso.” Mais de 30 anos depois da competição, ela mantém na ponta da língua a escalação da equipe. Ela tem 12 carteirinhas de sócio-torcedor. “Tem que devolver, mas eu não devolvo.”
Na fase da adolescência, Dona Hilda chegou a jogar basquete na Escola Industrial, mas nunca quis ser atleta. O negócio dela é torcer. Começou a seguir os jogos do time francano no início da década de 1970. Com os filhos ainda criança, ia a pé aos jogos no Poliesportivo. Hoje, vai de ônibus. “Eu só perco um jogo se for aniversário dos meus netos.”
E não é só em Franca, não. Com frequência, ela segue o time nas partidas fora de casa também. “Os torcedores fazem a excursão e nem perguntam se eu quero ir. Já vão logo colocando meu nome.” Dona Hilda pretende ir a São Paulo, terça-feira, acompanhar o jogo 4 da decisão do Campeonato Paulista, quando ela espera que o Franca Basquete possa conquistar o título.
Nas arquibancadas
Engana-se quem pensa que Dona Hilda seja comportadinha nas arquibancadas. Ela é do tipo “corneteira”. Canta, vibra, reclama quando o técnico mexe errado no time, vaia e, se for preciso, deixa escapar algumas palavras impublicáveis contra adversários e juízes. “Eu só não gosto que xinguem os jogadores de Franca. Eles se esforçam muito para ganhar e temos sempre que apoiar.”
É respeitada pelos jogadores, pelos adversários e árbitros. Sempre é procurada para conversar e tirar fotos. Conta que o Poliesportivo é uma extensão de sua casa. “Fico muito feliz quando estou no ginásio, tenho muitas alegrias lá, todo mundo me trata muito bem. O basquete é tudo para mim, é a minha vida. O time de Franca é a minha paixão. Eu só vou deixar de ir aos jogos quando eu morrer.”
Terceira partida das finais é nesta segunda
Franca e Paulistano têm novo encontro marcado nesta segunda-feira, às 19h30, em São Paulo. Será o terceiro jogo das finais do Campeonato Paulista 2017. O playoff está empatado em 1 a 1. O time que vencer três jogos leva o título.
A primeira partida, na quinta, em Franca, foi vencida pelo Paulistano por 85 a 83. Na sexta, também no Póli, o Franca deu o troco e venceu por 83 a 79.
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