Os sotaques


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Sotaque pode ser  a pronúncia característica de um indivíduo ou  de grupos de pessoas de uma região. Um adulto que aprende a falar novo idioma vai fazê-lo com sotaque. Ou seja, vai se fazer entendido; mas quem é falante da língua estrangeira vai perceber diferenças. 
 
Mesmo quem mora no mesmo país  pode falar diferente de seus conterrâneos.  Os habitantes do norte da Espanha têm um sotaque que faz sua fala soar levemente diferente da do sul daquele país. O mesmo  acontece nos Estados Unidos, onde os moradores do interior falam um inglês que é meio diferente do que é falado em Nova York. E o inglês que se fala em Nova York tem um sotaque que o faz um pouco diverso do inglês da Inglaterra, país que colonizou os Estados Unidos.
 
No Brasil não é diferente. A extensão gigantesca do território,  que nos faz parecer  um continente, é responsável  por falares  que têm sotaques  diversos. Os sotaques surgiram pela influência de várias línguas como as indígenas, o espanhol, o italiano, e o português de Portugal, claro, pois foi este  país europeu que nos colonizou. Quem já saiu de São Paulo e viajou para outros estados brasileiros, saberá que gaúcho não fala do mesmo jeito de baiano, que não fala como paulista, que não fala como carioca, que não fala como caipira, que não fala como paraense, que não fala como mineiro! Vamos ver alguns traços desses falares.
 
 
Paulista
Quem mora na capital fala diferente de quem mora no interior. Os paulistanos herdaram dos índios que viviam na região, dos portugueses que ali chegaram e dos italianos que aportaram no final do século 19, um jeito cantado de falar. É diferente da fala do paulista do interior, da nossa fala francana, por exemplo.
 
Baiano
Baiano fala arrastado, assobiando os S. Dizem que este sotaque é mistura de português, paulista, carioca, mineiro, português e africano. Eles têm expressões bem peculiares como “mainha”, em lugar de “mãezinha” e “oxente”, em lugar de “ó gente”
 
 
Gaúcho
 
O Rio Grande do Sul sofreu forte influência do espanhol, que se misturou ao português especialmente durante o século 17, quando a região recebeu grande grupo de padres jesuítas vindos de Espanha. O R e o L são bem acentuados na pronúncia.
 
Carioca
O Rio de Janeiro foi sede da Corte portuguesa, entre 1808 e 1821, quando Dom João VI fugiu de Portugal para o Brasil. O grande número de portugueses de Lisboa instalados no Rio influenciou a língua. Carioca pronuncia um S  que parece X, de tão chiado.
 
Mineiro
Que mineiro fala de uma forma peculiar, ninguém discorda. Usam-se muitos diminutivos que dão a impressão de que a palavra não acaba. Por exemplo: bonitim, gostosim,levim, baixim... Dizem que isso começou com os inconfidentes, que falavam baixo e rápido para que os portugueses não os entendessem. Mas há controvérsias.
 
Caipira
Somos nós, moradores do interior de São Paulo, os caipiras. Nosso R é bem acentuado, conforme a região do Estado. Quando começamos a falar na frente de um carioca ele identifica na hora nossa origem paulista. A explicação para essa fala reside no fato de que os índios tiveram grande influência na colonização e até meados do século 17 a língua falada por todos era o tupi.
 
 
Paraense
Muito distante dos núcleos colonizados como Minas, São Paulo e Rio, o Pará foi por demais  influenciado pelos idiomas indígenas das tribos amazônicas. O R e o S são pronunciados de forma branda, e os paraenses usam o tu no lugar de você.  
 

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