Cidade Maravilhosa!

É um contraste gritante! De um lado, milhares de pessoas assistem a shows, música e alegria no Rock in Rio, o festival que em todos os seus detalhes,

26/09/2017 | Tempo de leitura: 2 min

É um contraste gritante! De um lado, milhares de pessoas assistem a shows, música e alegria no Rock in Rio, o festival que em todos os seus detalhes, está entre os mais bem organizados do mundo. Do outro, há uma luta, uma verdadeira guerra, entre traficantes rivais, pelo domínio de território na disputa do controle da venda de drogas. Os cidadãos de bem dessas comunidades se refugiam como podem para fugir de tiros dados a esmo em qualquer direção, prevalecendo o salve-se quem puder. 
 
E o Estado onde está que não consegue frear a violência nas favelas da cidade do Rio de Janeiro? Sempre tentam justificar o injustificável, através de índices estatísticos que não representam a realidade da vida em sociedade. O pior é que agora, diz desconhecer o que está a ocorrer. Ora, em nosso país, mais de 50 milhões de pessoas vivem em favelas. Em tais locais o Estado praticamente inexiste e não presta os serviços essenciais, como por exemplo: instalações sanitárias básicas, eletricidade, água tratada, segurança, escolas, assistência médica etc. Nessas áreas os serviços colocados à disposição da população, em sua maioria, são prestados por Ong’s, Associações de moradores, entidades filantrópicas e religiosas, por voluntários etc.
 
O Estado, através de políticos que preferem fazer obras desnecessárias ao invés de investir nas questões sociais, aprofundam cada vez mais as diferenças sociais, como pode ser comprovada na comparação do espetáculo do Rock in Rio e a guerra na favela da Rocinha a poucos quilômetros um do outro.
 
Na realidade, em muitas regiões do Brasil, o Estado perdeu o domínio sobre seu território; ali quem domina são as facções criminosas, milícias, grupos de extermínio e traficantes, todos fortemente armados. Como aceitar que diariamente, em todo país, centenas de pessoas morram vítimas da violência? Como aceitar que as escolas em área de conflito tenham que paralisar suas atividades para poupar as crianças do fogo cruzado e balas perdidas? 
 
Muitas autoridades e alguns “estudiosos” não gostam da afirmação que o Rio de Janeiro está em guerra, mas se os números de mortos e feridos são de guerra, as armas são as mesmas utilizadas em guerras, as condutas dos criminosos são de uma guerrilha urbana etc., como podemos chamar isso a não ser de guerra?
 
Enfim, a chamada Cidade Maravilhosa, que conhecemos quando ali servimos na Força Aérea Brasileira, é muito diferente da realidade atual. E a não ser obrigatoriamente a serviço, não temos nenhuma motivação em ali passear.
 
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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