Estamos em agosto, mês do folclore. E as lendas são uma manifestação folclórica. Escolhemos contar hoje a lenda criada pelos índios da Amazônia para explicar a origem da vitória-régia, linda flor aquática que só desabrocha à noite.
“A lua era um deus, chamava-se Jaci, escondia-se por trás das serras para namorar as jovens mais bonitas das aldeias. Então as transformava em estrelas, que carregava consigo para o céu.
Uma jovem guerreira, Naiá, se apaixonou por Jaci. Todas as noites Naiá subia as colinas na esperança de ser escolhida por Jaci, virar estrela e ir morar no céu. Mas Jaci parecia não notar a paixão de Naiá.
O amor de Naiá por Jaci virou obsessão. Ela só pensava em encontrá-lo. Já não queria comer nem beber, apenas admirar o deus-lua. Ela saía pela floresta clamando pelo amor de Jaci e em uma das noites o viu refletido nas águas de um lago. Pensou que era o próprio deus que se banhava ali, bem perto dos seus olhos.
Emocionada, jogou-se no lago, na direção em que via o objeto de sua paixão. Seu corpo embaralhou-se em galhos e ela se afogou, não mais voltou à margem. Comovido por tanto amor, Jaci recompensou Naiá transformando-a em estrela diferente: linda vitória-régia, a “estrela das águas”, cujas flores muito perfumadas só desabrocham durante a noite. São de diversas cores: brancas, rosadas, lilases, roxas, amarelas.”
Cada tribo até hoje chama a flor por nomes diferentes: irupé, uapé, aguapé, jaçanã, nampé... Todos eles, se fossem traduzidos para o português, teriam o significado de “ flor d’água.”
O nome vitória-régia foi dado por um botânico alemão (Robert Hermann Schomburgk) a serviço da rainha da Inglaterra que se chamava Victoria. Vitória-régia significa Rainha Victoria.
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