Alckmin transforma CDP de Franca em penitenciária


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Imagem de arquivo de detentos no CDP de Franca
Imagem de arquivo de detentos no CDP de Franca
Depois de praticamente desativar a Cadeia Feminina do Jardim Guanabara, transformando-a em um presídio provisório até que as detentas sejam encaminhadas para unidades controladas pela SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) também mudou os rumos do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Franca. O local se tornará uma penitenciária.
 
A medida foi publicada no Diário Oficial na última sexta-feira. Nela, o governador decreta que o CDP, que antes abrigava presos temporários, agora como penitenciária, receba também indivíduos que já foram condenados pela Justiça e que devem cumprir suas penas em regime fechado. 
 
Segundo o diretor Valter Moreto, os presos temporários serão colocados em pavilhões distintos dos condenados e que a medida não significa transferência dos detentos que já estão em Franca. “Isso não deve acontecer. Serão quatro pavilhões para os condenados e quatro para os demais presos. Faremos readequações mais para frente, mas não teremos nenhuma mudança significativa na estrutura, nem no quadro de funcionários que possuímos”, disse o diretor, que trabalha ao lado de mais 219 agentes.
 
Em nota, a SAP confirmou que não haverá reformas estruturais ou transferências dos detentos. “A mudança visa colaborar com o processo de ressocialização dos presos, mantendo-os próximos de seus familiares. Além disso, a unidade já possui em funcionamento, nos seus pavilhões, trabalhos calçadistas que, além de qualificarem e profissionalizarem, dão oportunidades de empregos aos reeducandos. Com isso, há o incentivo de também de continuarem com os estudos”, informou a secretaria.
 
O sistema prisional
O CDP foi inaugurado em Franca em abril de 2010. Com um custo de R$ 29 milhões, foi instalado nos fundos do City Petrópolis.
 
Desde o início, revistas minuciosas e detectores de metal foram algumas das alternativas implantadas para evitar que objetos entrassem no local. Até hoje, tudo é monitorado por câmeras e vigilantes armados e ainda há um scanner corporal semelhante aos dos aeroportos para proibir a entrada de objetos. 
 
Segundo o diretor, nesses sete anos, nunca houve registro de rebelião ou ato criminoso. Hoje, com capacidade para 847 presos, a unidade tem 1.555 presos.
 
 
Vereadores criticam a mudança 
A mudança do CDP foi assunto na sessão da Câmara Municipal de ontem. O vereador Corrêa Neves Júnior (PSD) criticou a decisão do governo do Estado de transformar o local em penitenciária. “Acho engraçado que na hora de investir na geração de empregos com R$ 28 milhões para um super call center, o dinheiro vai para Ribeirão Preto. Na hora de investir em aeroportos, a escolha também é Ribeirão. Na hora de trazer penitenciária, aí é para Franca. Um jeito muito peculiar do governador agradecer os votos que sempre recebe aqui da cidade.” 
 
A decisão também foi alvo de críticas do vereador Della Motta (Podemos). “Com a vinda de condenados para cá, vamos aumentar o índice de criminalidade. Sou totalmente contra essa medida absurda.”
 
O presidente da Câmara Marco Garcia (PPS) também aproveitou para lembrar a intenção do governador de instalar pedágios na região. “É assim que ele agradece os mais de 62 mil votos que recebeu aqui na cidade. Realmente é um presente de grego.”

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