Troca de ‘favores’

O escritor francês Honoré de Balzac, popularizou uma frase em latim: “Homines sunt eiusdem farinae” ? São homens da mesma farinha?

18/07/2017 | Tempo de leitura: 2 min

O escritor francês Honoré de Balzac, popularizou uma frase em latim: “Homines sunt eiusdem farinae” ? São homens da mesma farinha?. É usada para se referir a pessoas que se dizem diferentes, mas que agem da mesma forma daquelas as quais criticam. A frase descreve bem o momento político brasileiro, com a troca de favores que vêm tomando conta do governo federal nos últimos meses enquanto graves problemas ficam relegados a um segundo plano.
 
Como cidadão e analista, não conseguimos compreender porque um governo tem que se sujeitar a fisiologismo, que nada mais é do que a busca de ganhos e vantagens pessoais, ao invés de se ter em vista o interesse público. Com certeza, os burocratas, assessores direto dos chefes do Executivo, ou seja, aqueles que não aparecem, mas que na realidade determinam os caminhos de um governante, nos responderá que é necessário se ter governabilidade, ou seja, possuir a maioria dos votos nas casas legislativas, custe o que custar. 
 
Ora, isso é um absurdo, pois se deputados e senadores foram eleitos para representarem e defenderem os interesses da população, não há necessidade de troca de favores pessoais para que os “representantes do povo” votem favoravelmente aos projetos de interesse da população, ou há? Se assim for, está falido o Estado e temos que urgentemente achar outra forma de organização estatal para a vida em sociedade.
 
É vergonhoso assistirmos um governo liberando bilhões de reais em emendas parlamentares para projetos pessoais/eleitorais em troca de votos que barrem a continuidade da denúncia contra o presidente Temer. Enquanto isso falta recursos para a maioria dos serviços essenciais como saúde, educação, segurança etc. 
 
Para que ocorra a consolidação democrática, uma das variáveis de maior importância é a confiança que os cidadãos depositam nas instituições políticas. Porém é cada vez menor o percentual da população que acredita que os detentores de cargos políticos, cumprirão suas promessas, honrarão suas palavras e resolverão os problemas concretos da comunidade. Os sistemas políticos e suas formas de representação, em todo o mundo, estão sendo questionados, face ao descrédito marcante perante a população. Enfim, fica o questionamento: se por democracia entendemos que a vontade da maioria da população é respeitada pelos representantes dos cidadãos, será que estamos vivendo em uma democracia?
 
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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