Uma operação conjunta entre Polícia Civil e Gaeco (Grupo de Atuações Especiais de Combate ao Crime Organizado), na manhã dessa quarta-feira (5), levou 20 pessoas para a delegacia. Elas são acusadas de compor uma indústria de falsificação de cosméticos e podem ter lucrado, em quatro anos, cerca de R$ 6 milhões.
Denominada Reparação Absoluta, a operação teve início às 5 horas e durou toda a manhã. Ao todo, 50 endereços foram visitados pelos policiais em Franca e todo o Estado, que cumpriram 20 mandados de busca e apreensão e realizaram cinco conduções coercitivas. Entre os presos, estão o médico vascular Carlos Roberto Gonçalves, um dos financiadores do ‘projeto’, e o empresário Sidney Torralbo Galhardo, do Jardim Paulistano. O último é apontado como o chefe do grupo e foi detido no ano passado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) por falsificar produtos da L’Oreal.
De acordo com o Ministério Público, a quadrilha tinha um forte esquema de falsificação com as funções de cada um de seus membros especificadas. “Foram mais de sete meses de interceptação telefônica de todos os envolvidos. Cada um tinha uma função bem definida. Ao líder, cabia a fabricação e a gestão de toda a cadeia de distribuição de venda. Aos outros integrantes, o depósito e armazenamento desses produtos, a venda pela internet, entre outras”, disse o promotor, Paulo Guilherme Caroles.
Há quatro anos, os 25 envolvidos trabalhavam na falsificação e, além da comercialização em Franca, realizavam vendas pela internet e lojas de outros Estados. O faturamento milionário e a denúncia feita por parte da L’Oreal, que investigou de forma privada o caso antes de levá-lo às autoridades, gerou a operação e resultou na detenção dos envolvidos. “Recebemos reclamações sobre a qualidade dos produtos e, através de uma apuração, descobrimos que eram falsificados pelo mesmo acusado da outra vez e que usavam o nome da empresa. Assim que tivemos conhecimento que Franca era a indústria dessa falsificação, acionamos o MP e a polícia”, disse o consultor de inteligência corporativa da marca, Hernes Aranda.
Além de Franca, os órgãos públicos cumpriram mandados em São Paulo, Bariri, Sertãozinho, Leme e Restinga. No município vizinho, os policiais fecharam uma empresa que fazia os rótulos das embalagens dos produtos, que eram comercializados para os Estados de Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.
Os envolvidos foram levados ao 3º Distrito Policial e, após prestarem depoimentos, 18 ficaram presos. Entre eles, o empresário e o médico. O advogado de Carlos Roberto, Reginaldo Carvalho, afirmou que o cliente não possui vínculo com a quadrilha e seria apenas locatário de um dos imóveis usados pelo bando. Os produtos falsificados foram apreendidos e também levados à delegacia.
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