Como afirmamos em artigos anteriores, caso investiguem à fundo o BNDES e a Eletrobrás ainda teremos muitas notícias desagradáveis. Nas delações dos executivos da Odebrech, as corrupções existiram através do ganho em licitações fraudulentas, de contratos não cumpridos e principalmente por aditivos que multiplicavam os valores das obras em até quatro vezes. No caso da JBS, a princípio, não há licitações, não há prestação de serviços ao Estado, não há descumprimentos contratuais, tampouco aditivos aos contratos. Ocorre algo muito pior, ou seja, é a utilização de dinheiro público do BNDES, a juros subsidiados por nós brasileiros, a serviço de empresa privada, para investimentos particulares no exterior.
O BNDES que deveria fomentar os investimentos em nosso país, como estamos vendo nos últimos anos, vem fomentando o desenvolvimento de outros países e as atividades econômicas brasileiras ficam para segundo plano. O que a JBS (a holding) negociava era o perdão, o julgamento favorável junto aos órgãos administrativos para não pagar seus tributos e tampouco os empréstimos junto ao BNDES. Esses mesmos órgãos da administração pública que concediam e continuam concedendo benesses a outras empresas, são os mesmos que quebram pequenas e médias empresas através de julgamentos descabidos, quando sequer lêem as defesas apresentadas.
Um grupo empresarial através do dinheiro do povo brasileiro cresce de forma espantosa sem capital próprio e através da corrupção de políticos e servidores públicos dos três poderes, conseguem informações privilegiadas e benefícios os mais diversos para não pagar tributos e empréstimos. Passa a ter 70% de suas atividades fora do Brasil. E, quando vê a possibilidade de serem alcançados pela justiça, faz uma delação em condições privilegiadas e bilionários vão embora do Brasil onde viverão com os seus pelo resto da vida.
Ainda mais, aproveitando-se do conhecimento de suas delações “premiadíssimas” e os “estragos” que as mesmas provocariam no mercado, adquire dólares e vende ações, ganhando milhões após suas divulgações que acreditamos foram plantadas pelos mesmos executivos delatores que foram embora do Brasil horas antes de sua divulgação pela imprensa. A propósito o jornalista que revelou a delação, por questão de cidadania deveria divulgar a sua fonte. Pensamos que todos os bens dessa empresa deveriam ter sidos confiscados e que seus proprietários deveriam permanecer no país. Enfim, a conclusão que se pode chegar é que no Brasil o crime compensa!
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com
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