Quem no início da semana passada imaginou que o ponto alto, o foco da semana seria o depoimento do ex-presidente Lula frente ao juiz Sérgio Moro, errou em muito. Um dia depois do embate Lula X Moro, o ministro Edson Fachin do STF, liberou e disponibilizou as delações dos casal João Santana e Mônica Moura, profissionais de marketing nas campanhas eleitorais dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. E para completar a semana na sexta-feira foi anunciado um verdadeiro “tsunami”, pois o escritório de advocacia que defendia o ex-ministro Antônio Palocci deixou o caso em razão do ex-ministro ter iniciado tratativas para celebrar pacto de delação premiada.

 

Os chamados “marqueteiros”, que desde o início do governo Lula gozavam de intimidade com o governo, deixou mais uma vez todos nós cidadãos atordoados, pois a cada dia, quando achamos que todo o pior já havia sido revelado, surgem novas situações que parecem coisas de “filme de ficção”. O casal revelou o esquema bilionário de dinheiro através de caixa dois, utilizados aqui no Brasil e no exterior com uma naturalidade de “dar nojo”, ouvimos de tudo, de encontros em sauna, de rascunhos de email’s para a ex- presidente Dilma avisar ao casal o andamento das investigações e o perigo que corriam, chegando a milhões de dólares recebidos diretamente das mãos do atual presidente da Venezuela e pagamentos pela Odebrecht em contas na Suiça. Enfim, o Partido dos Trabalhadores queria através, do “suado” dinheiro dos verdadeiros trabalhadores brasileiros, impor liderança e dominação em toda América Latina.

 

Hoje podemos compreender o porquê da tranqüilidade do casal quando se apresentaram no Brasil para serem presos, pois naquele momento ainda acreditavam que os políticos do PT poderiam lhes dar “cobertura” nos crimes cometidos. Porém, ao perceberem que os políticos envolvidos não teriam condições de lhes dar proteção e os abandonaram, resolveram pactuar uma delação premiada na tentativa de verem reduzidas suas penas.

 

Agora as tratativas do ex-ministro Palocci são de “arrepiar” e colocam medo a todos os envolvidos na operação Lava-Jato e em outros assuntos que vão muito além da corrupções na Petrobras. Da mesma forma que o casal de “marqueteiros”, Palocci se viu também “abandonado” e a ele sendo imputada a maioria dos crimes, como se estivesse agindo sozinho sem que os ex-presidentes e a cúpula petista não soubessem de nada. Assim resolveu não assumir a “bronca” sozinho e a fazer delação.

 

A propósito, tempos atrás, quando advogado disse que no Brasil ninguém colocava uma pedra de paralelepípedo sem pagamento de propina, muitos o questionaram, porém...

 

Toninho Menezes

Advogado e Professor Universitário

toninhomenezes16@gmail.com