Operação ‘tiro no pé’!


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A chamada operação ‘Carne Fraca” veio ratificar o excesso de poder, a vaidade forte e o desrespeito constitucional por parte de autoridades que deveriam, por ética profissional, medir suas palavras e atos, analisando as conseqüências de suas atitudes, pois uma vez lançadas “palavras ao vento”, como diz o ditado, é impossível voltar atrás. A juventude, a inexperiência de alguns, a sedução que a mídia oferece e a vontade de passar a fazer parte do “show”, as conclusões errôneas e demoradas e principalmente a falta de habilidade em informar sobre as investigações, fez com que tivéssemos um grande prejuízo na indústria de carnes. Um fiasco que vai nos custar muito, inclusive afetando a credibilidade no comércio internacional conquistada a “duras penas”.
 
A maneira como foi divulgada a operação passava a impressão de que as carnes, produzidas em todos os frigoríficos do Brasil estavam com problemas, o que não era verdade. É óbvio que apoiamos toda e qualquer fiscalização, seja em que atividade for, porém nós temos o direito de receber informações com base em fatos, com nomes das empresas, sem generalizações que prejudiquem a reputação de empresas idôneas. No caso, o sensacionalismo produzido desviou o fato principal que trata do sistema de fiscalização que é falho, causando pânico nos consumidores de carnes.
 
Caro leitor, o grande problema é como aceitar que uma investigação mal feita foi ratificada por procuradores e pelo Poder Judiciário? Quer dizer que tudo que pedirem vai ser concedido? Basta dizer que o juiz pediu explicações e documentos depois de autorizar prisões, conduções coercitivas e buscas! Que Estado Democrático é esse? A propósito, o que dizer de conduções coercitivas onde o investigado nunca foi oficialmente convocado a comparecer e a lei somente autoriza a condução coercitiva contra aquele que se recusa e deixa de comparecer quando legalmente convocado. Enfim, depois dessa, como ser contra a lei de abuso de autoridade?
 
Políticos ignoram: O fracasso das manifestações convocadas para o último domingo ocorreu em razão de que há mistura nos objetivos. Os resultados desde o ano de 2013 são pífios, pois os políticos naquele ano sentiram a pressão das ruas, porém prometeram e nada fizeram. Chegaram à conclusão de que o povo pode falar à vontade, pois se eles (políticos) não quiserem nada acontece, pois as ferramentas de mudança estão em suas mãos.
 
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com
 

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