Assinantes de TV a cabo com acesso a canais fechados por meio de artifícios fraudulentos tiveram uma surpresa desagradável na manhã de ontem em Franca. A Polícia Civil deflagrou operação e apreendeu equipamentos usados parar burlar o acesso à programação fornecida pela NET, tanto de internet quando de televisão. Duas pessoas foram detidas. Estima-se que pelo menos 200 clientes do popular “gatonet” tenham ficado sem o sinal.
A ação foi realizada após a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) receber representação da NET denunciando que a empresa estava sendo vítima de fraude. Acompanhados de funcionários da empresa, os policiais fizeram buscas em dois estabelecimentos comerciais e duas residências nas avenidas Abrahão Brickmann e Adhemar de Barros. “Nestes locais, apreendemos servidores e decodificadores de sinal da NET que os comerciantes estavam usando para vender assinaturas a clientes próprios por preços menores. Na CPU de um computador, havia uma lista que acreditamos ser de pessoas que estavam se beneficiando da prática ilegal e que, agora, também serão investigadas”, disse o delegado Márcio Murari.
Segundo o apurado pela polícia, as assinaturas clandestinas eram vendidas por mensalidades que variam de R$ 30 a R$ 50. O número de clientes que haviam aderido ao “gatonet” surpreendeu os investigadores.
“Os representantes da empresa acreditam que, por baixo, de 200 a 300 pessoas estavam recebendo os sinais fornecidos por apenas um dos comerciantes. O clientes que forem identificados vão ser indiciados por estelionato, pois estão levando vantagem indevida e causando prejuízo à empresa.”
Dois comerciantes foram detidos, levados para a sede da DIG e interrogados. “Eles podem responder por estelionato ou por outros crimes mais graves que, eventualmente, forem apurados no decorrer do inquérito policial. Eles negaram a prática, mas houve uma investigação preliminar e temos documentos que comprovam que eles estavam, sim, comercializando estes sinais de maneira fraudulenta”, disse o delegado.
A fraude cometida é Franca é conhecida por “cardsharing”, técnica que consiste em compartilhar, a partir de equipamentos legais, um ou mais cartões codificados. Assim, a pessoa que compra o “gato” passa a ter acesso aos canais e pacotes de internet fornecidos pela operadora aos assinantes.
“Além de passar o sinal para outras pessoas, eles fraudavam o sinal, ou seja, contratavam um pacote mínimo de canais e, através do desbloqueio, tinham acesso ao pacote completo. Uma estimativa bem modesta aponta que o prejuízo que a fraude causa à empresa no Estado é de R$ 20 milhões por ano”, disse o advogado da NET, Marcus Approbato.
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