Faltas abonadas

Pressupomos que todo mundo quer ser do bem. Com exceções de alguns, ninguém, em tese, deseja voluntariamente se

31/01/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Pressupomos que todo mundo quer ser do bem. Com exceções de alguns, ninguém, em tese, deseja voluntariamente se comportar de forma errônea. O mal que causamos acontece geralmente pela falta de consciência e visão do que estamos praticando e as conseqüências que podem ser geradas com base em nossas atitudes. É o que está a ocorrer em relação ao projeto aprovado e a derrubada do veto das faltas abonadas. Estão pensando somente em si, ao invés de analisarem de uma forma geral a conjuntura atual. As conseqüências de tal ato é preocupantes e autoridades não querem se contrapor pensando apenas no prejuízo eleitoral que poderá advir de tal posicionamento.
 
É o momento de nossas autoridades constituídas deixarem de ficar em “cima do muro” e tomar posicionamento com a finalidade de preservar os serviços públicos, que já não atendem de forma adequada a população. Agora imaginem quanto custará ao município tais abonos de faltas? Muitos sempre defendem que a administração pública deveria basear-se na iniciativa privada. Ora, na iniciativa privada não existem tais regalias.
 
Na verdade o Poder Executivo, Legislativo e sindicato dos servidores, deveriam unir-se para apresentar um “plano de carreira”, no intuito de motivar o servidor público, para que possa, por mérito, subir dentro dos quadros funcionais e não somente ficar estagnado por décadas no mesmo cargo/função de seu ingresso. A propósito por que é que militares andam sempre barbeados, cabelo cortado, sapatos limpos, fivela do cinto brilhando, não faltam nem se atrasam aos seus compromissos etc.? A resposta está no plano de carreira, pois sabem que quando abrir uma vaga hierarquicamente superior a sua e ele não tiver nada que o desabone em sua ficha funcional ele será promovido. Deveria ser assim também no serviço público.
 
A persistir tal abono de faltas, que no mínimo seja muito bem regulamentado, que seja somente para servidores e não para cargos comissionados, que possa ser indeferido quando prejudicar serviços do determinado setor, que quando requerido para o mesmo dia, por mais de um servidor, que prevaleça o requerimento do servidor mais antigo, que seja efetuado com antecedência necessária para adequação do setor, que não possa ser anterior ou posterior a feriados etc.
 
Em várias cidades os servidores não querem aceitar o requerimento com antecedência mínima, pois defendem que problemas podem ocorrer repentinamente, o que não se pode aceitar, pois para tais eventualidades há outras formas de justificativas para a ausência. Enfim, há atos que parecem legais, mas são imorais, como no presente caso. Queremos que o serviço público seja o mais eficiente possível, pois é pago por todos nós cidadãos.
 
Toninho Menezes
Advogado e Professor Universitário
toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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