Morre, aos 38 anos, o advogado Eduardo Carraro Rocha


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 Eduardo Carraro Rocha morreu na tarde desta quinta-feira
Eduardo Carraro Rocha morreu na tarde desta quinta-feira

Membro de tradicional família francana, o advogado Eduardo Carraro Rocha morreu na tarde desta quinta-feira. Ele tinha 38 anos e estava em tratamento de depressão severa.

Eduardo era filho de Flávio Rocha Filho e de Isalete Carraro Rocha, morta em 2003, e irmão de Marcelo Carraro, diretor-executivo da Acif (Associação do Comércio e Indústria de Franca). Era solteiro.

Influenciado pelo avô, Flávio Rocha, ex-prefeito de Franca, formou-se em Direito e era advogado atuante. A exemplo dos familiares, tinha o basquete na veia e jogou nas categorias de base do Franca  Basquete e do extinto Dharma Yara. “Meu irmão era um bom jogador. Ganhou títulos de campeonatos do interior”, disse Marcelo.

Há tempos, Eduardo vinha enfrentando um quadro de depressão. Seu estado de saúde se agravou há uma semana, quando precisou ser internado. Por volta das 15 horas desta quinta-feira, ele morreu. “Estamos todos muito abalados. Ele era um grande cara, tinha uma vida inteira pela frente. Colecionava muitos amigos e era querido por todos. Era dono de uma mente brilhante, muito inteligente e um estudioso do Direito. Seguiu os passos do meu avô. Sem dúvida, foi uma grande perda”, concluiu Marcelo Carraro.

O corpo de Eduardo será velado no velório São Vicente, a partir das 7 horas desta sexta-feira. O sepultamento está marcado para as 13 horas, no Cemitério da Saudade, com trabalhos da Funerária Nova Franca.

 

COMOÇÃO

Miguel Matos,  advogado e editor do site Migalhas, soube da morte de Eduardo Carraro Rocha e publicou uma homenagem por sua trajetória. Leia o texto na íntegra:

 

Genial Dudu,

Em 1999, jovens imberbes, eu e o advogado Mansur Jorge Said Filho montamos uma modesta banca de advocacia. Lembro-me que uns meses depois de começarmos a trabalhar, surgiu, não me sei como, o Eduardo Carraro Rocha. Não demorou e logo estávamos associados. 

E que período rico foi aquele. Dudu, bem mais novo que eu e o Mansur, dava-nos aulas de conhecimento. Raciocínio rápido, concatenado e exposto com aquela oratória de grande tribuno. 

Recordo-me dele falando sobre as coisas mais variadas, sempre com um estilo marcante, inteligente, sagaz. 

Mas havia outro atributo que o diferenciava, coisa própria da genialidade, que era o humor refinado, com uma dose de picardia. 

Por tudo isso, os dias naquele pequeno escritório eram mágicos. Traçávamos nosso destino em oníricas lousas, e tão logo terminávamos o esboço já criávamos outro. 

As vicissitudes da vida separaram nossas carreiras, mas minha admiração por ele permaneceu sempre inabalada.

Peguei-me várias vezes, ao compulsar algum livro jurídico e encontrar um conceito qualquer, a recordar de ter debatido tal ponto com o Dudu e, evidentemente, ter saído derrotado pelos sucessivos argumentos que dele brotavam.

Aliás, imagino-o agora, na tribuna etérea, com aquele gestual tão próprio dele, argumentando com S. Pedro. E não me espantaria se o porteiro do céu se desse por vencido. 

Se esse recurso derradeiro fosse concedido a ele, eu poderia, de viva voz, dizer o quanto ele é querido e admirado por seus amigos. 

Ontem, 8 de dezembro, Dia da Justiça, a deusa Thêmis, enlutada, perdeu um de seus grandes defensores. 

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Miguel Matos - advogado e editor do site Migalhas

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