O novo ‘Comércio’

Há muitos anos, meu saudoso pai, gráfico que trabalhou em vários jornais de Franca e região, comentava que os jornais deveriam rever seu

15/11/2016 | Tempo de leitura: 2 min

Há muitos anos, meu saudoso pai, gráfico que trabalhou em vários jornais de Franca e região, comentava que os jornais deveriam rever seu formato para economizar papel e proporcionar mais facilidade na leitura. A partir de hoje este Comércio da Franca circula em novo conceito, seguindo tendência iniciada na América do Norte no início dos anos 90 e gradualmente adotada por outras empresas jornalísticas em razão do aumento dos preços de papel, grande percentual na composição dos custos operacionais. 
 
Acreditamos que nossos leitores vão aprovar, principalmente em razão da comodidade na leitura. Jornais impressos têm buscado estratégias para se manterem através de textos mais próximos dos leitores; clareza e objetividade nas redações; diagramação moderna com muita imagem, infográficos e foto-legenda, combinando a identidade com a tradição do papel às urgências do presente. 
 
Porém, a mídia impressa tem público fiel que se renova de geração para geração porque se baseia na credibilidade das informações que publica. Permanecem estampadas e, por isso mesmo, podem ser checadas tantas vezes quantas necessárias, diferentemente de outros meios de comunicação que divulgam fatos originados de fontes não confiáveis e, pilhados no erro, as retiram das redes da noite para o dia. 
 
Em meados dos anos 90, quando muitos diziam que os jornais impressos estariam com os dias contados, o saudoso jornalista Corrêa Neves abriu espaço para articulistas locais. Nos propôs que escrevêssemos semanalmente. Publicou no espaço editorial que também mostrava artigos de agências, reproduzidos em outros jornais. Sua ousadia deu certo, tanto é que foi copiada por outros veículos. Muitos que hoje utilizam espaço para divulgarem artigos, desconhecem as dificuldades iniciais pelas quais passamos.
 
Enfim, leitores tradicionais mantêm convívio com o jornal impresso e continuarão, mesmo já inseridos no contexto digital. Ainda se preza as letras estampadas, a visita à banca, o conforto de assinar e receber este Comércio em casa, ainda na madrugada, para saborear tudo ao cheiro do café da manhã. É saudosismo com raízes fincadas nas tradições de tantas gerações acostumadas a apalpar a notícia, com atenção, sem a correria da mídia eletrônica que desvia nossa atenção da leitura.
 
 
Toninho Menezes
advogado, professor universitário
toninhomenezes16@gmail.com 
 

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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