Em razão de limitações eleitorais esperamos o final do segundo turno das eleições para efetuarmos alguns comentários a respeito da disputa à Prefeitura de nossa cidade. Ratificamos que não somos e nunca fomos filiados a nenhum partido político.

 

Antes de tudo, os partidos demonstraram que primeiro, prevalece seus interesses, independente de qualquer coisa. Basta ver que no primeiro turno, partidos que apoiaram o atual prefeito em sua eleição e na gestão que se seguiu, a exemplo do PMDB que participa do atual governo com o vice-prefeito e outros cargos comissionados, se lançou como oposição, afirmando estar tudo errado na administração que o próprio PMDB participou. Também ocorreu com o PSB, que apoiou o prefeito Alexandre Ferreira no segundo turno (2012), e lhe serviu de base durante seu mandato, lançou candidato como se oposição fosse. 

 

A maior “piada” foi ver o PSDB, partido da atual gestão, se lançar como oposição a seu próprio governo, afirmando que estava tudo errado e que o seu candidato iria alterar tudo, corrigindo erros administrativos. Ora como aceitar? O próprio PSDB, caso entendesse estar errada a administração municipal, deveria corrigir rumos durante o governo de Alexandre Ferreira,mas não o fez. Muito ao contrário, suas lideranças preferiram “enterrar” o governo Alexandre Ferreira, ao invés de buscarem soluções em conjunto. Parece-nos que o próprio PSDB “orquestrou” tal situação para poder lançar outro candidato a prefeito, e dizer não à natural possibilidade de reeleger o atual prefeito.

 

O candidato e a cúpula do PSDB acreditavam na eleição já no primeiro turno e, realmente, faltou pouco. Acreditavam tanto que, nos últimos dias de campanha do primeiro turno, apesar da estrutura do partido, deixaram a desejar. O empenho, que deveria ser redobrado, esmoreceu perante o “já ganhou”, mesmo sabendo que a rejeição a seu candidato sempre foi grande, e poderia se tornar grande risco na necessidade de segundo turno.

 

Mais interessante ainda foi verificar que, no segundo turno, candidatos que no primeiro turno afirmaram que propostas do candidato Gilson de Souza eram inviáveis, passaram a defendê-las e apoiá-las. Na verdade, o segundo turno foi a disputa entre candidato humilde e simples contra outro muito dono de si.

 

Os números demonstraram que os cidadãos estão cansados de política, e isso se representa no número de abstenções, votos nulos e brancos. Somado aos votos dados ao candidato perdedor, superam os votos do vencedor. Significa que o povo se cansou do modo equivocado como partidos e candidatos fazem política. A descrença na classe político é fruto disso. Em síntese, surgiu uma nova liderança, o professor Frank, que foi nosso aluno. Independente de posicionamentos dele, sabemos de sua capacidade. Se bem utilizado, em muito auxiliará a gestão do prefeito eleito Gilson de Souza. Que Frank não se esqueça dos ensinamentos de direito administrativo recebidos em nossas aulas. Tivemos também a grata satisfação de ver surgir Flávia Lancha, dentre outros.

 

Que o novo prefeito Gilson de Souza tenha ousadia e coragem de tirar da administração pública municipal pessoas que nela se encontram acreditando serem os donos da Prefeitura, atrapalhando em muito os administradores, já que pensam somente em seus interesses pessoais. Gilson começou muito bem, anunciando o retorno de Sebastião Ananias para a Secretaria de Finanças. Boa sorte e discernimento em suas decisões é o que desejamos ao futuro prefeito.

 

TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA: Que a equipe de transição a ser nomeada seja técnica, e não política. Que esteja muito atenta. Em outras transições, governo oposicionista que entra, toma verdadeiro “baile”. Ao final, pode nem saber da verdadeira extensão da dívida municipal que receberá. Repito: muita atenção!

 

 

Toninho Menezes

advogado, professor universitário - toninhomenezes16@gmail.com