Nosso país foi cenário da maior competição esportiva do planeta. A Olimpíada do Rio favoreceu a percepção da emotividade, potencializando aos brasileiros a possibilidade de se sentirem parte de um país, já que nos últimos tempos vivenciamos somente humilhação política e econômica.  

 

Atletas e autoridades de quase toda Terra num só local, aflorou e resgatou a identidade brasileira. Éramos nós, brasileiros, pugnando sadiamente contra ingleses, franceses, norte-americanos, russos, chineses. Num contexto assim, agiganta-se o sentimento de amor ao Brasil. Choramos de alegria e de tristeza ao ganharmos ou perdermos competições, mas vibramos. Isso que vivemos, o amor à Pátria e orgulho de sermos brasileiros, temos que viver diariamente, e nossas autoridades têm que saber canalizar tudo para buscarmos e atingirmos objetivos que possam garantir vida em sociedade um pouco mais tranquila e segura. Não podemos deixar que volte o desânimo após a euforia da Olimpíada.

 

Independente do ‘legado’ deixado ao país, prometido quando o Rio candidatou-se a sediar o maior evento esportivo do mundo, mas não cumprido — algumas promessas foram abandonadas —, o importante é que se resgatou nossa auto-estima. Esteve no comportamento, gesto e olhar de crianças, jovens e adultos.

 

Gostaríamos de ver a prática da Educação Física voltar a ser valorizada nos programas de ensino. Décadas atrás, tal atividade era tratada com respeito, e não como agora, quando alunos saem das salas de aula, vão para o pátio ou quadra e depois voltam para as salas de aula; Que nos desculpem, mas em nossa opinião, isso não agregue valor algum a ninguém. A propósito não cansamos de citar que em nosso tempo lá, no Ginásio Escolar ‘Dr. João Marciano de Almeida’, estudávamos de manhã, e à tarde retornávamos para aulas de educação física. Não era apenas uma bola em quadra e um monte de crianças correndo atrás. Tínhamos aulas de ginástica olímpica com o professor Agostinho Vilhena; e a escola possuía quase todos os equipamentos olímpicos. Afirmamos que tais aulas nos ajudaram muito em nossa vida, ao ensinarem ordem, disciplina, busca constante de aperfeiçoamento.

 

Que as autoridades possam enxergar que o maior legado de uma Olimpíada é que a prática esportiva tem que ser resgatada! Prepara o cidadão do futuro para a vida e é medida preventiva contra drogas que estão acabando com nossa juventude!

 

NADADORES AMERICANOS: Disseram que foram assaltados a mão armada, mas a história foi desmentida pela polícia dias depois. Ao mentirem sobre crime, tentaram utilizar, a seu favor, dos precedentes de violência da cidade do Rio de Janeiro. Fato é que pensaram estar em país ‘sem lei’.Estavam tão convencidos da impunidade que não tomaram cuidados para sustentarem suas versões. Feriram a auto-estima de todos nós, brasileiros. Tais ‘atletas’ afetaram nosso orgulho. Passamos por momentos difíceis gerados pela crise econômica e gastamos muito dinheiro para promover uma Olimpíada. Aí, aparecem quatro metidos a donos do mundo, mentindo perante a comunidade internacional, sem pensar nas consequências para o Brasil e seus habitantes. Apesar das críticas (corretas ou não) sobre a organização dos jogos, a verdade é que não tivemos nenhum momento embaraçoso em relação à violência, que pudesse tirar o brilho das competições. Em nossa opinião, e com todo respeito, os atletas deveriam ter permanecido no Brasil para responderem por seus atos de vandalismo, mas as autoridades brasileiras parecem estar satisfeitas com a exposição pública mundial do fato de terem sido pegos na mentira que contaram. A propósito, é prática comum em casos semelhantes e corriqueiros de vandalismo, sequer a feitura de Boletins de Ocorrência que possibilitem investigação. Quanta diferença!

 

 

Toninho Menezes

advogado, professor universitário - toninhomenezes16@gmail.com