Crescimento da zona Oeste


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As notícias de que novos loteamentos deverão surgir na Zona Oeste de nossa cidade — além dos que estão sendo comercializados —, é preocupante. Demonstra falta de sensibilidade de nossas autoridades. Proporciona crescimento desordenado, e os cidadãos que se lasquem com os problemas já existentes e que piorarão no futuro próximo.
 
É preciso colocar freio na  ganância imobiliária aprovada pelas diretrizes aprovadas. Em nossa opinião, administrador público responsável jamais aprovaria novo empreendimento imobiliário sem antes analisar espaços vagos nos loteamentos já existentes. São vazios entre um bairro e outro que servem somente para especulação, ganho fácil de alguns “espertalhões”, além, claro, de crescimento desordenado. Está na hora de aplicar a Lei Federal chamada Estatuto das Cidades, no sentido de determinar coeficientes de aproveitamento de terrenos já aprovados, não comercializados, e nas mãos de poucos especuladores. 
 
Igualmente, tem que se utilizar o Estatuto para obrigar proprietários de áreas bem localizadas a parcelaram esses solos urbanos. Como exemplo, na zona Oeste de Franca há grande faixa de terras vazias margeando a rodovia ‘Cândido Portinari’, causando problemas de segurança pública enquanto a cidade vai crescendo quilômetros sem nenhuma infra-estrutura. Muitos podem estranhar, mas a regra de convivência social determina que o interesse público se sobreponha ao interesse individual. Assim, não é por que o proprietário de uma área não quer parcelá-la em loteamento — mesmo sabendo que está “atravancando” o crescimento ordenado da cidade —, que sua vontade prevalecerá!
 
O trânsito da zona Oeste, já totalmente saturado, como ficará? A única opção de acesso é o pontilhão da Vila São Sebastião. Alternativas de acesso não foram construídas, e as que surgiram foram ao acaso. A propósito, temos vergonha de ver todos os dias, na rua Francisco Marques, após o pontilhão, ônibus parando no meio da rua para embarcar e desembarcar passageiros. Em todo lugar é padrão que ônibus tenham porta do lado direito, mas, naquela região colocaram estacionamento do lado esquerdo, sob alegação de que há mais áreas de estacionamento daquele lado da via! 
 
É o mesmo que fazem com pinturas de solo das ruas. Colocam demarcações para estacionamento que não cabe veículo só para passar a impressão de que ali comporta veículo estacionado; e mais duas faixas de rolamento quando, na realidade, se um veículo de porte maior estaciona, fica com mais de 60 centímetros dentro da faixa de rolamento, aumentando risco de graves acidentes. 
 
E a energia elétrica? A região vive problema constante de queda, e sem justificativa plausível. Para fornecimento de água, será que a tubulação que passa por baixo da ponte é suficiente para a futura demanda? Quanto a tratamento do esgoto, haverá nova estação elevatória, ou será utilizada a existente, cheia de problemas e tomada por mau cheiro? 
 
Em síntese, falta controle, responsabilidade, mais vontade de querer fazer com que o interesse público seja respeitado! Diante disso tudo só falta optarem por fazer pontilhão na avenida Champagnat, e não na Zona Oeste. Aí sim, estarão a brincar com o cidadão que paga regiamente seus compromissos para com o Estado.
 
TOCHA OLÍMPICA: Que nos desculpem os organizadores, mas a marca da passagem da tocha por nossa cidade não deveria ser aquela da “queda”. Em nossa opinião, aquele não era o trecho adequado para ser conduzida por uma expoente de nossa sociedade que honra os francanos, que lutou para trazer o evento para a cidade. O local certo seria a rua Monsenhor Rosa, em frente à sua loja que tanto nos orgulha. Para o trecho de subida da Voluntários da Franca, o correto seria escolher um atleta.
 
 
Toninho Menezes
advogado, professor universitário - toninhomenezes16@gmail.com
 

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