Boa sorte, presidente!

Analisando a entrevista concedida pelo presidente da República interino Michel Temer, na noite do último domingo, percebemos que a linha defendida quanto aos principais problemas

17/05/2016 | Tempo de leitura: 3 min

Analisando a entrevista concedida pelo presidente da República interino Michel Temer, na noite do último domingo, percebemos que a linha defendida quanto aos principais problemas brasileiros é de uma lógica que, colocada em prática, poderemos iniciar ‘escalada’ rumo à saída do ‘fundo do poço’, onde fomos colocados por políticos de políticas irresponsáveis e sem nenhuma sustentação econômica e financeira.
 
Se o senhor presidente conseguir, realmente, cortar gastos pelo redução de, aproximadamente, 4 a 5 mil cargos de confiança, estará iniciando bem sua administração, temporária ou não. A verdade é que em todos os níveis de governo há muitos ‘pendurados’ no Estado, que não trabalham, nada fazem de produtivo para a sociedade. Sempre defendemos que cada órgão ou entidade pública deveria disponibilizar nome e horário de trabalho de seu quadro de funcionários e servidores, possibilitando aos cidadãos checarem se, realmente, nos horários apontados, aquela determinada pessoa lá está, efetivamente, trabalhando. 
 
Como exemplo, podemos citar que quando exercíamos chefia em organizações militares, era obrigatório se afixar nas repartições o nome e o horário de trabalho de todos os que ali estavam lotados. Faltas podiam ser detectadas rapidamente, bem como, permanência, ou não do lotado, em seu posto. 
 
O presidente afirmou também que o principal problema a ser enfrentado, e de imediato, é o desemprego. Porém, não demonstrou claramente como pretende criar postos de trabalho. Ocorre que em razão de políticas desastrosas, a situação não é tão fácil. A grande maioria dos geradores de empregos encontram-se desmotivados, principalmente pela insegurança que o próprio governo criou. Em síntese, há descrédito do governo junto a esses fomentadores da economia. Não se acredita mais em governo ‘faminto’ por impostos, taxas, contribuições etc.; que desrespeita legislação em busca de recursos para suprir seus desmandos.
 
A solução para o desemprego passa, inicialmente, pela segurança jurídica de um Estado que garanta que regras não serão modificadas do dia para noite. Passa pela garantia de que o Estado não irá ‘caçar’ geradores de empregos através de seus órgãos fiscalizadores. Esse órgãos, ao invés de auxiliar, informar e tirar dúvidas, dizem ter que atingir metas, mesmo que isso provoque ‘quebra’ e fechamento de empresas. Passa, também, pela não radicalização de representantes de entidades que vivem à custa dos que trabalham.
 
Somos defensores de que o melhor governo é aquele que menos governa, ou seja, melhor explicando, o que menos intervém. Em posição de controle mínimo, não precisaria de estrutura gigantesca que consome a maioria da riqueza que o país produz. Porém, a sociedade ainda não está preparada para esse tipo de governo. Aqui, todos querem levar vantagens. O presidente Temer disse que não pretende reeleição caso seja mantido definitivamente no cargo até 2018. Isso lhe facilitaria a tomada de medidas impopulares, capazes de produzir benefícios para o país. O problema, presidente, é que deputados e senadores não pensam assim. Sempre querem ser e estar populares para continuarem seus projetos políticos através de reeleição.
 
Enfim, apesar das boas intenções demonstradas, o maior problema do senhor presidente interino não será, inicialmente, o desemprego, mas sim conter e controlar a ‘voracidade’ de políticos que irão ‘cobrar caro’ sua manutenção no poder, negociando votos no Senado ao final do processo de impeachment. Coisas de Brasil! Entretanto, boa sorte, presidente!
 
EMDEF: Tempos atrás, comentamos aqui sobre a qualidade dos remendos asfálticos realizados em nossa cidade. Hoje parabenizamos os trabalhos realizados pela EMDEF. Têm qualidade e permanecem por longos períodos.
 
 
Toninho Menezes
advogado, professor universitário - toninhomenezes16@gmail.com

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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