A verdade e a ética

Tenho dedicado boa parte de minha vida a pesquisar, estudar, analisar, refletir e propor novas ideias para a vida em sociedade, vida somente

26/01/2016 | Tempo de leitura: 3 min

Tenho dedicado boa parte de minha vida a pesquisar, estudar, analisar, refletir e propor novas ideias para a vida em sociedade, vida somente possível se alicerçada sobre princípios que se sedimentaram ao longo dos tempos como valores sociais sobre os quais não cabe discussão. São valores e referências que se encontram acima de desejos pessoais. Caso contrário, ainda imperaria a ‘força bruta’ como medida de dominação, determinando o fim da vida social como a conhecemos.
 
Em nossas análises temos que a verdade é um dos valores éticos mais necessários à vida harmoniosa. Sem um mínimo de confiança nas pessoas com as quais convivemos, nas instituições, nos governantes, seria impossível viver em sociedade. O cidadão não teria condições de manter vigilância permanente para não ser enganado. Obviamente que em nossas relações, nossa confiança é traída por pessoas e instituições. Um exemplo? Quando compramos algo o vendedor tem que acreditar que o dinheiro com o qual pagamos não é falso e, em contrapartida, nós acreditarmos que o produto que está na embalagem é o que está descrito.
 
Se a verdade está na base de todas as relações saudáveis, não podemos de forma alguma supor que ela possa faltar nas relações entre os cidadãos e o Estado governante — os detentores do poder. Ouvimos muito falar em democracia, mas como acreditar em democracia, quando nossos governantes omitem e mentem sobre vários assuntos e dados estatísticos? Na acepção correta de democracia, a convicção dos cidadãos de que seus líderes falam a verdade deveria ser elemento primordial nessa relação de convivência social. 
 
Desculpem-nos, mas da forma como está a democracia, está a parecer uma comédia. Mentiras prevalecem sobre verdades e os cidadãos se acostumam com isso. . Nós, eleitores, delegamos nossas prerrogativas individuais, nossos direitos, a políticos na expectativa de que suas informações sejam verdadeiras.
 
A imprensa vem noticiando, já de longa data, ou melhor, desde a campanha eleitoral, casos em que números apresentados pelo governo não correspondem à verdade. A maquiagem dos números é maldosa e intencional na busca de propósitos escusos, como a manutenção de um grupo no poder a qualquer custo, mesmo que para isso enfiem o Brasil numa crise sem precedentes e que provavelmente levará décadas para ser revertida.
 
É preocupante a ‘representação’ das lideranças políticas. São verdadeiros atores. Em eventos. mentem sobre números e estatísticas e dizem que quaisquer contestações são articuladas por golpistas. O duro é que tem quem acredita, inocentes úteis para governos que querem se perpetuar no poder. Porém, a intenção da manutenção no poder não é por amor ao povo ou ao bem comum. Muito ao contrário! Estamos sob o império da divulgação de dados. Números deveriam revelar a verdade pois, em tese, não mentem. Mas..., será?
 
ATERRO SANITÁRIO:  Moradores dos arredores do aterro sanitário de Franca reclamam de mau cheiro, contaminação de águas. Mais uma vez temos que dizer que ocorre por falta de fiscalização e controles adequados. A propósito,  o que consta no projeto original foi executado, e nos padrões exigidos? Quando conversávamos com o falecido João Alemão, gestor da área, sempre dizia que havia ainda muito a ser feito.
 
TAPA BURACOS: Na última sexta-feira, quando a chuva deu uma trégua, vimos pela manhã equipe remendando asfalto em frente a posto de combustível no Jardim Dermínio. Porém, à tarde,  um dos buracos já estava lá de novo. Que material é esse que utilizam? E a propósito, quanto a Prefeitura paga por mês por esses péssimos serviços?
 
 
Toninho Menezes
advogado, professor universitário - toninhomenezes@netsite.com.br
 

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