Antônio Bruno da Silva fez, do trabalho duro, sua saudação à vida
'Aos 64 anos foi, de novo, à caça de trabalho. Empregou-se com faxineiro’
Morreu no dia 11 de janeiro, 7h30, na Santa Casa de Misericórdia de Franca, Antônio Bruno da Silva, aos 91 anos, vitimado por câncer. Foi internado pela família no dia 10, com insuficiência renal. Seu corpo, fragilizado pela idade e pelo tratamento, não suportou.
Era natural de Piumhi (MG). Nasceu em propriedades rurais e permaneceu nelas a maior parte de sua vida, sempre dedicado à vida dura na terra. Colono de fazenda, Antônio de casou-se com a também lavradora Maria do Livramento. Dela estava viúvo há cinco anos.
Do enlace, Antônio e Maria tiveram oitos filhos (Wilson, José, casado com Tânia; Eunice, Dirce, Alice, Edson, casado com Cláudia; Edilamar, e Ederson, casado com Renata). Dos casamentos dos filhos nasceram nove netos (Hélio Alexandre, Bruno Henrique, Franklin, Vanessa Cristina, casada com Rodrigo Rosa; Elielton, casado com Karina; João Paulo, Flávia, Jordana e Maria Clara). Um bisneto, Guilherme, alegrou também sua vida.
Os quatro primeiros filhos nasceram ainda durante o período em que foi colono de fazenda em Piumhi. Segundo seu filho Edson, “papai era um homem forte, sempre pronto a zelar dos seus e a cuidar de todos sem pensar duas vezes. Vida simples em roça, fez, ele mesmo, o parto de três de meus irmãos. Em um desses partos, pensou que poderia perder mamãe e a criança. Sempre nos contou que, desesperado, orou muito forte a São Jorge, fez promessa, e conseguiu terminar a difícil missão. Nosso orgulho por ele vem de longe, de muito longe.”
Mudou-se, com a família para Passos (MG), empregado por outro proprietário rural. Lá nasceram os outros quatros filhos. Todos se mudaram para Franca em 1982. Antônio queria dar aos filhos melhores condições de desenvolvimento. Não parou de trabalhar. Empregou-se, como disse o filho “como bóia-fria, colhendo café, para continuar dando sustento aos seus”. Quando resolveu se aposentar, foi informado que ainda lhe faltavam três anos na contagem de tempo. “Aos 64 anos foi, de novo, à caça de trabalho, empregando-se como faxineiro em indústria de calçados”, disse Edson.
Vida dura e corpo dolorido jamais assustaram Antônio, segundo sua família. Trabalhava até o sol se por, mas “quando chegava em casa, era homem alegre, pai e amigo que jamais será esquecido. Adorava cantar, tocar viola e violão, e foi, por décadas, capitão e embaixador de Folias de Reis. Desde os tempos de Piumhi, teve seu próprio grupo e integrou vários outros. Aliás, quando mudamos para Passos (MG), era só chegar a ocasião das Folias para amigos e conhecidos seus irem buscá-lo e reintegrá-lo aos grupos de Piumhi, comprovando sua capacidade de fazer amizades duradouras.”, lembrou-se Edson.
Ao que parece, Antônio nunca parava. Fins de semana eram períodos para jogos do truco ou para cuidar, como treinador, do time de chacrobol do jardim Riviera, onde a família reside em Franca. Edson disse que nunca viu o pai se queixar de nada. “Foi para a Santa Casa muito debilitado, no domingo, dia 10. Tinha muitas dores, mas nem naquele dia, e nunca, o ouvimos reclamar de nada. Vinte minutos antes de sua morte, enfermeira que tem parentesco com a gente chegou no quarto e perguntou-lhe como estava. Ele disse, bem a seu modo: ‘to bão’. Pouco depois, e eu estava lá com ele, partiu.”
Foi velado no São Vicente de Paulo e sepultado no Cemitério Jardim das Oliveiras no dia 12, 9 horas. Amanhã (17), às 10h30, na Igreja de Nossa Senhora Aparecida (Capelinha), será celebrada missa de Sétimo Dia por intenção de sua alma.
Antônio Bruno da Silva terá missa de Sétimo Dia neste domingo (17), 10h30, na Capelinha
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