Ficamos contentes com a repercussão de nosso artigo da semana passada. Recebemos vários contatos parabenizando, solicitando mais esclarecimentos e, também, discordando de nossos posicionamentos. É através da discussão, da colocação de idéias e, principalmente, da análise isenta de conotação política partidária tendenciosa é que um país cresce.
Como diziam meus professores, todos aqueles que têm preconceito sobre alguma coisa e acreditam que são os donos da verdade, e que tudo o que outros lhes afirmam não passa de intriga da oposição (mesmo que fatos, números e documentos digam o contrário), seguindo fielmente a doutrina imposta, não abrindo mão de nada, e sequer refletindo os argumentos de um lado e de outro para formarem suas próprias opiniões, são massa de manobra facilmente manipulados pelos detentores do poder.
É inadmissível que pessoas aceitem o argumento de que outros governos praticaram ‘pedaladas fiscais’ e não foram punidos, e dessa forma, o governo atual pode cometê-las! Ora, isso significa, comparativamente, afirmar que se alguém rouba, furta e não é preso, alguém pode cometer os mesmos delitos e utilizar, em sua defesa, que outros fizeram e não foram alcançados pela lei. Se o atual governo tem documentos que comprovem ‘pedaladas’ praticadas em governos anteriores, por que não representa à Advocacia Geral da União e Procuradoria da República — cujo procurador geral foi nomeado pela presidente da República —, para que acione o Judiciário e puna os responsáveis? Crimes contra o erário público não prescrevem. Se ocorreu, o governo tem o dever de agir. Infelizmente tem gente que acredita, pois não pensa a razão pela qual governo que já dura treze anos ainda não ter representado, ou denunciado, se tem provas como diz ter. Outros afirmam que o governo só gastou mais porque a arrecadação não se realizou! Em administração pública, a contabilidade tem instrumentos de acompanhamento mensal da evolução da arrecadação e da despesa exatamente para que não se gaste mais do que entra. Receita é apenas expectativa que pode ou não se realizar.
Caros leitores! A verdade é que não há argumentos plausíveis para defender que para se reeleger, o governo petista gastou além do que poderia, e tentou maquiar, através de utilização de dinheiro da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil que configuram empréstimos que teriam de ser autorizados pelo Congresso Nacional, como diz a legislação. Continuou a ser praticado em 2015, pois o governo não tem dinheiro para cobrir o rombo causado no ano eleitoral. A propósito, acreditaram que ninguém perceberia a manobra, já que publicaram decretos sem numeração, e todos sabemos que há sequência numérica para cada ato administrativo.
Por essas e outras é voltamos a ser inseridos no rol de países mal pagadores, espécie de SPC mundial. Esse é o lugar de onde demoramos décadas para sair e ter mínimo de credibilidade mundial! Agora, em razão da irresponsabilidade do governo, teremos que pagar a conta e ainda ouvir de nossa presidente que tudo está ótimo, e que a crise econômica é culpa da oposição. Qualquer um que assumir não resolverá o problema mas, ao menos, terá mais credibilidade. Ninguém acredita mais no marketing e nas mentiras do atual governo.
Em tempo: desculpem-nos, mas temos que retificar o parágrafo anterior. Tem gente que acredita em tudo o que ouve e não consegue fazer análise isenta dos fatos e tirar suas próprias conclusões.
A propósito, é só pensar: como é que trabalhadores fazem passeatas por todo o Brasil, e em plena terça-feira? São trabalhadores? Quem os transportou? Receberam para isso? Tiveram lanches? Ou são simplesmente massa de manobra que se receberem dinheiro e outras ‘camisetas’ sairão da mesma forma nas ruas? A melhor solução para o Brasil seria a renúncia coletiva em todos os níveis, e convocação de novas eleições.
Toninho Menezes
advogado, professor universitário - toninhomenezes@netsite.com.br
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