A ocupação de escolas públicas por alunos, no Estado de São Paulo, acendeu reflexão sobre a Educação oferecida ao povo brasileiro. 

 

Os alunos deram lição a professores e governantes. O governo, pautado na última greve dos professores, não acreditava que haveria resistência, mas esqueceu-se dos mais importantes agentes atingidos, os alunos e seus pais.

 

Deu errado. A popularidade caiu junto com o secretário Herman Voorvald, e a Educação, novamente, foi tratada como ‘caso de polícia’. O aparato repressivo do Estado foi utilizado contra estudantes e professores. Triste isso! 

 

É indispensável resgatar a Educação Clássica. Têm-se que trazer de volta o Trivium  o Quadrivium, as Sete Artes Liberais, ou disciplinas, ou caminhos, formados pela Gramática, Lógica e Retórica (Trivium) e Aritmética, Geometria, Música e Astronomia (Quadrivium). Por meio delas, é possível obter compreensão (pensamento lógico), ciência (causas prováveis), sabedoria (causas fundamentais), prudência (pensamento coerente com a conduta) e arte (capacidade de produção). 

 

A linguagem ganha expressão e relevo no Trivium. Com a Lógica ou Dialética, estuda-se a discussão perspicaz de forma sólida. Com a Gramática, o falar/escrever com observância das regras da Língua. Com a Retórica, a persuasão e o convencimento daquilo que é ético. Com o Quadrivium, na Aritmética estuda-se a teoria dos números; na Geometria, a teoria do espaço; na Música, a aplicação da teoria dos números, princípios musicais, harmonia; e na Astronomia, a aplicação da teoria do espaço. A utilização da força física se dá quando acaba a retórica, de compreender o ponto de vista do outro para juntos chegarem ao bem comum. 

 

Sugiro aos governantes que invistam na Educação tendo como primazia esses Trivium e o Quadrivium. Aliás, não apenas invistam, mas também, voltem o próprio olhar às mesmas. 

 

Parece que lhes falta lógica, gramática e retórica. Também, dimensão de tempo e espaço. Deixaram, e deixaram faz tempo, de criar políticas voltadas ao bem comum. 

 

 

Acir de Matos Gomes

Advogado, professor universitário na Unifran/Cruzeiro do Sul